O terror, o medo, o horror. Estes são os sentimentos de qualquer final de qualquer silly season e entram nas salas de cinema com o primeiro festival de cinema da rentrée: o MOTELX.
A 12.ª edição do festival, que decorre de 4 a 9 de setembro, conta com a presença de Leigh Whannell, um dos realizadores mais emblemáticos da nova geração de cinema de terror comercial, que, depois de filmes como Saw — Enigma Mortal e Insidious — Insidioso, apresenta em Lisboa a sua nova produção: Upgrade. Mas este não é o único destaque dos convidados deste ano: Xavier Gens e Pascal Laugier, dois nomes representativos da vaga de New French Extremity; Paco Plaza, realizador de [Rec]; e Luís Sequeira, nomeado para o Óscar de Melhor Guarda-Roupa por A Forma da Água, de Guillermo del Toro.
A lusofonia está bem presente na edição deste ano. Uma das grandes conquistas e surpresas é a presença de duas longas-metragens portuguesas na competição de Melhor Longa Europeia (prémio Meliès d’Argent): Inner Ghosts, de Paulo Leite, e Mutant Blast, de Fernando Alle.
Para além das novas apostas portuguesas do terror, o festival regressa às origens e bases do cinema de género português, na secção Quarto Perdido. Este ano, a secção é dedicada exclusivamente à realizadora Solveig Nordlund.
A revisitação e celebração do passado marca uma parte da programação, que apresenta eventos de celebração do bicentenário de Frankenstein, de Mary Shelley. O destaque a esta escritora surge num período de transformação da indústria cinematográfica e do próprio festival: a presença de mulheres é sentida de uma forma cada vez mais forte, e tal reflete-se na programação, que tem cada vez mais trabalhos de realizadoras em exibição e em competição.
O festival foca-se, igualmente, em dar espaço e oportunidade a novas linguagens e a novas formas de criar e ver cinema (de terror, em particular), tal como a novos (e diferentes) públicos: um workshop de videojogos de terror e o Yorn microCURTAS são alguns exemplos das estratégias que o festival adota.
A Teresa Vieira falou com os diretores do festival, Pedro Souto e João Monteiro, que providenciaram algumas pistas daquilo que consideram ser o cinema, o terror e a combinação destes dois num dos festivais mais importantes do panorama cinematográfico lisboeta.