O gosto de Stanley Kubrick em adaptar textos literários ao grande ecrã é uma característica sobejamente conhecida na sua filmografia. Os exemplos não faltam: Um Roubo no Hipódromo, Horizontes de Glória, Spartacus, Lolita…
Fracassado o desejo de levar ao cinema um biopic de Napoleão para o qual fizera longas pesquisas e desenvolvido um guião, o realizador voltou a tirar um livro da prateleira — e assim, com o texto de Anthony Burgess como fonte de inspiração, nasceu Laranja Mecânica.
O filme, que podia ter tido como subtítulo “Ensaio sobre a Violência”, debate a questão do livre arbítrio e coloca-nos num futuro próximo em que acompanhamos Alex DeLarge, um jovem delinquente que, acompanhado pelo seu gangue de “droogs”, passa as noites entre as mesas do Korova Milk Bar, as ruas e as casas do seu bairro, por onde espalham o terror em cenas de sadismo e pancadaria.