A ligação de Zé Pedro à Radio é longa e forte. Ele lembra-se de ouvir relatos de futebol num pequeno transístor, de roubar o radio à tia para ouvir as primeiras emissões em fm, de usar o primeiro ordenado, fruto de um trabalho/castigo por ter reprovado, para comprar um radio, de ter feito a sua educação musical através dos programas de António Sérgio, Jaime Fernandes ou Luís Filipe Barros. Antes do punk e dos Xutos, antes de ser um herói do rock português, Zé Pedro descobria os seus próprios heróis de ouvido colado ao rádio.
Essa mística radiofónica permaneceu sempre e, mesmo que, desde então, Zé Pedro tenha criado uma grande proximidade com a Radio e passado por diferentes programas (começou com Henrique Amaro, na Radio Energia, num programa chamado Johnny Guitar), esta é a primeira vez que está entregue a si próprio e aos seus discos durante duas horas. Aceita o repto da Antena 3 com o entusiasmo de quem gosta de rock e quer espalhar a sua fé nele, estabelecendo ligações, contando histórias, relevando perspectivas pessoais, fazendo, no fundo, o mesmo que os programas de radio que gostava de ouvir fizeram por ele.
A Antena 3 dá Carta Branca a Zé Pedro e este responde com Hoje Ainda é Dia de Rock, um programa que quer mostrar novos e velhos protagonistas, unindo os pontos e traçando um mapa mundial do rock and roll.