A dupla britânica Sleaford Mods foi uma das grandes atrações do palco principal no último dia da 30ª edição do Vodafone Paredes de Coura. Jason Williamson e Andrew Fearn vieram de Nottingham até ao festival minhoto apresentar as faixas do último “UK Grim” e, antes da atuação, sentaram-se à conversa com Nuno Calado para uma entrevista sobre o regresso a Portugal.
E se os britânicos já estiveram por cá um par de vezes, a verdade é que as lembranças de Jason e Andrew não são as maiores. Honestidade ao mais alto nível:
Os Sleaford Mods formaram-se em 2007 e esta dupla existe desde 2012. No total são já 12 discos – sete, se contarmos apenas os últimos 11 anos. Nuno Calado quis saber se os Sleaford Mods são viciados no trabalho, até porque, hoje em dia, o trabalho de um músico é bem mais difícil do que nos anos 1980 e 1990, em que a venda de discos tinha um impacto grande na vida das bandas. Hoje já não se vive só disso e é preciso andar mais tempo na estrada.
Uma conversa também sobre a forma como a imprensa britânica tem a fama (e, durante muito tempo, o proveito) de construir ou destruir carreiras. No meio disso, os Sleaford Mods têm conseguido resistir e até acabam por reunir bastante consenso junto da crítica. O truque, dizem, é continuar a fazer música da forma como gostam – tal como fazem desde os 16 anos.
Nos dois últimos discos, Uk Grim e Spare Ribs, os “Mods” convidaram uma série de convidados e, sobretudo, convidadas. O Nuno Calado quis saber como aconteceram esses convites.
O Reino Unido como sítio de inspiração para os Sleaford Mods… A dizerem que as pessoas são más: por motivos políticos; natureza humana… e com guerras pelo meio. Isso produz muita negatividade e daí o crescimento de movimentos perigosos.
Os homens de Nottingham (mas que ligam zero ao futebol praticado pelo Forrest) sabem que têm-se tornado melhores com a idade, mas também têm perfeita noção do lugar que ocupam na música e acham que é nesse espaço que vão continuar.