Miguel Gomes venceu o Prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes com o filme Grand Tour. O realizador esteve à conversa com a Teresa Vieira, partilhando algumas das questões apresentadas pelo filme – incluindo as escolhas musicais (que incluem, naturalmente, sessões de karaoke).
Um diário de viagem leva-nos por diversos caminhos na Ásia: é a Grand Tour proposta por Miguel Gomes, no seu mais recente filme. Na base, uma história de (des)encontros de um casal – Edward (Gonçalo Waddington) e Molly (Crista Alfaiate). Narrada por diferentes vozes, por diferentes línguas de cada país que pontua as suas paragens, são (en)cantadas as mais diferentes e particulares peripécias de cada um. E o público escuta, observa, deixando-se levar. Divididos entre as suas histórias e vivências – de metade a metade -, entre os seus pensamentos e as suas emoções, entre a distância e a proximidade, entre o passado e o presente, descobrimos um outro mundo: o que está além da sua relação, o que está no core do potencial das experiências (cinemáticas) sensoriais.
Grand Tour é uma produção Uma Pedra no Sapato, em co-produção com Vivo film, Shellac e Cinéma Defacto.
Crista Alfaiate é a actriz que interpreta a personagem de Molly: uma mulher que, no espectro do “ser” do casal, se posiciona no pólo da fé, da confiança, da vontade sem fim de concretizar os seus objetivos. Em 1918, lança-se numa viagem à procura do noivo (que sempre tenta escapar), descobrindo pelo caminho talvez um pouco mais de si mesma, fora – ou além – das expectativas da relação. Crista Alfaiate falou com Teresa Vieira antes da estreia mundial de Grand Tour no Festival de Cannes. Uma conversa sobre Molly e o seu arco de percurso emocional ao longo do filme.