Quando pensamos em cinema e pré-história, é natural que nos recordemos imediatamente da inesquecível sequência de abertura de 2001: Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick; ou, num plano diametralmente oposto, do humor de desenhos animados como Os Flintstones, que criam pontes entre a nossa sociedade e épocas mais remotas.
Mas há outros casos marcantes: na alvorada dos anos 80, um deles fez de uma narrativa sem uma palavra que pudéssemos descodificar um fenómeno de sucesso nas bilheteiras que quase multiplicou por quatro o investimento na sua produção. A Guerra do Fogo transporta-nos para um tempo em que as comunidades dos primeiros hominídeos eram essencialmente nómadas, vivendo da recolha e da caça daquilo que a Natureza lhes podia oferecer e procurando as cavernas como espaço de abrigo. Um tempo em que o fogo era uma preciosidade — uma vez encontrado, era um tesouro a manter a todo o custo.