O cinema tem a capacidade de nos transportar não apenas no espaço, e Stanley Kubrick mostrou em várias ocasiões um gosto em viajar no tempo. Pela sua filmografia, encontramos histórias passadas na época dos romanos (Spartacus) ou nos dias da Primeira Guerra Mundial (Horizontes de Glória); e, no clássico 2001: Odisseia no Espaço, cruzou vários tempos no mesmo filme, ora recuando aos primeiros hominídeos, ora avançando rumo ao futuro, imaginando estações orbitais, bases na Lua e uma primeira missão tripulada ao planeta Júpiter.
No entanto, havia no realizador uma vontade de recuar no tempo depois de concretizadas as visões de futuro, e por essa altura já sabia para onde e quando queria ir: para o Primeiro Império Napoleónico. O filme Napoleon acabaria por nunca passar do papel, mas em 1975, depois de adaptar Laranja Mecânica, Kubrick levou a sua vontade avante e viajou até ao século XVIII — com Barry Lyndon.