É antiga, a presença de fantasmas e seres medonhos nas histórias que a literatura nos foi contando, mas foi no século XIX, em pleno romantismo, que a literatura gótica, com gosto por lugares e figuras assombradas, conquistou uma maior expressão e, claro, muitos leitores.
Quando o cinema chegou, começou bem cedo a contar histórias com sabor fantástico. Os avanços técnicos e a maior complexidade narrativa que o cinema conheceu nas primeiras décadas do século XX permitiram a criação de filmes com esferas e tramas mais elaboradas, e por essa altura alguns dos primeiros a explorar ambientes a que hoje chamaríamos de terror nasceram diretamente da adaptação de livros.
O cinema de terror acabou por criar as suas próprias narrativas, mas, ocasionalmente, foi da literatura que continuaram a nascer as tramas de alguns dos grandes filmes, como aconteceu quando, em finais dos anos 70, Stanley Kubrick procurava uma ideia de sucesso depois do relativo fracasso comercial de Barry Lyndon. Encontrou-a em The Shining, um romance de Stephen King traduzido entre nós com o título A Luz.