De 14 a 16 de Julho, decorre o 22.º Super Bock Super Rock, no Parque das Nações, em Lisboa. À semelhança do que aconteceu no ano passado, em 2016, a Antena 3 vai dar palco à nova música portuguesa no SBSR. O Palco Antena 3 vai apresentar 12 artistas portugueses durante os 3 dias do festival.
O Parque das Nações vai receber o mais recente trabalho dos Capitão Fausto, Capitão Fausto Têm os Dias Contados, o terceiro de originais do quinteto de Lisboa, editado em Abril de 2016, e que já está nas bocas do mundo como aposta para um dos melhores álbuns do ano. As dores de crescimento, a meta dos 26 anos e a angústia e ânsia daquilo que o futuro lhes reserva, garantiu-lhes, para já, o seu melhor disco, depois de Gazela (2011) e Pesar o Sol (2014). As distorções e sintetizadores indomáveis deram lugar à pop afinada, numa composição instrumental mais madura,do que era esperado, e as letras sobre batalhas e maneiras más transformam-se em reflexões e desabafos sobre a nova crise dos vintes, num registo pessoal, honesto, capaz de dar voz a uma geração. Só resta fazer figas para que os Capitão Fausto não tenham os dias contados.
Com os discos Building Waves (2011) e Leeches (2013) os Glockenwise conquistaram o público português com uma injeção de rock rejuvenescedor e contagiante. Em 2015, editam Heat, o terceiro álbum de originais. Um trabalho mais pessoal, o que leva também a que seja, segundo a própria banda, um disco mais triste e desiludido, mas também o trabalho mais interessante que já criaram. Heat valeu à banda de Barcelos o 6.º lugar na lista dos 30 melhores discos nacionais, segundo a Antena 3. Nuno Rodrigues, Cristiano Veloso, Rafael Ferreira e Rui Fiusa colocaram os Glockenwise num lugar de luxo na história do novo rock português e fazem com que o concerto no Palco Antena 3 do SBSR seja um dos mais aguardados.
O quarteto de Lisboa Basset Hounds traz na bagagem “Swallow Bliss”, um do singles do álbum de estreia, homónimo, editado no ano passado com o apoio da 3. O tema “Over the Eyes” integrou a coletânea Novos Talentos Fnac de 2015. Os Basset Hounds são Afonso Homem de Matos (bateria e voz secundária), António Vieira (guitarra e voz secundária), José Martins (baixo) e Miguel Nunes (voz principal e guitarra). São uma das bandas emergentes em Portugal, estando juntos desde 2012, e são uma das grandes promessas nacionais, com uma fórmula despreocupada entre o shoegaze e o psicadelismo.
Os Pista, trio do Barreiro, assinam “Sal Mão”, um dos pratos de Bamboleio – o álbum de estreia dos PISTA, que vai ser servido no 22.º SBSR. O disco foi gravado e misturado por Luís Nunes (Benjamim), em Alvito, em Fevereiro de 2015, e foi masterizado por Xinobi.
O rapper e DJ lisboeta Mike El Nite transmite mensagens algures entre a euforia e o desespero, com uma grande queda para a ironia no que toca a matérias mais sérias. Mike El Nite, de voz vincada e segura, deixa-se pintar por batidas, baixos, synths e samples. A sua cruzada continua até ao SBSR ou não fosse ele Mike El Nite, o justiceiro. O Justiceiro, é também o nome do seu primeiro disco de longa-duração, editado em Abril deste ano, depois de ter começado a agitar as águas do hip hop português com 2 EPs lançados anteriormente.
Os Salto são os primos portuenses Guilherme Tomé Ribeiro e Luís Montenegro, Tito Romão e Filipe Louro. Cedo perceberam que juntos poderiam ser uma banda e, em 2006, pisam o palco pela primeira vez. Em 2012, editam o primeiro longa-duração com o single, que rapidamente se tornou contagiante, “Deixar Cair”. No final de Janeiro de 2016, o coletivo da Maia edita o segundo disco, Passeio das Virtudes, com o carimbo Antena 3. Este é o resultado dos primeiros dois anos dos Salto com 4 elementos e retrata os locais por onde a banda passou durante a Tour Mar Inteiro, no ano anterior, os concertos, a sala de ensaios. A viagem. A pop eletrónica dos Salto será apresentada no SBSR a 16 de Julho, sob o grito “Salto é de quem ouvir”.
Músico e produtor, João Batista Coelho é Slow J. A obsessão pela música fê-lo mudar-se para Londres e estudar Engenharia de Som. De regresso a Portugal, já colaborou com grandes nomes do hip-hop nacional, como NBC e Valete. Editou, em 2015, o EP de apresentação, com 7 faixas, The Free Food Tape. O título do tema “Cristalina” adjetiva na perfeição este trabalho, que é já uma promessa para o futuro do hip hop nacional. Slow J, de voz pura e sublime, num registo quase poético, desliza entre o rap e o R&B, e recorda Portugal o que é o neo-soul. Aos 23 anos, João Batista Coelho merece ser ouvido, “Eu sou quem diz ao karma quem eu sou”. O talento bruto e/ou as forças cósmicas levam-no até ao Palco Antena 3, no Super Bock Super Rock, no dia 16 de Julho.
Desde as primeiras gravações caseiras a solo até ao iminente primeiro longa-duração com banda, as canções de Alek Rein surgem entre a confissão, o protesto e o sonho. Alinhado na tradição do psicadelismo folk anglo-saxónico, este projecto tem o nome do heterónimo de Alexandre Rendeiro. Natural de New Jersey (EUA), Rendeiro respira, sem reverência, a bizarria de Syd Barrett ou Marc Bolan, o classicismo de John Lennon e a intensidade rock n´roll de Ty Segall. Mirror Lane, o primeiro LP, sairá finalmente este verão, sendo precedido pelo primeiro single “River of Doom”.
Em 2015, Luís Nunes assume a língua portuguesa no novo projeto. Walter cai, para dar lugar apenas ao Benjamim. Auto Rádio deu nome à sua estreia. Um disco de viagens pelo país, numa procura de identidade, sempre com o toque nostálgico do ser português. No verão do ano passado, Auto Rádio esteve na estrada por 33 dias seguidos. Foram 5670 kms, a bordo de uma carrinha Volkswagen Golf de 1996, desde o coreto de Alvito até à Gafanha da Nazaré. Em 2016, Benjamim estaciona junto ao Parque das Nações, para sintonizar Auto Rádio no SBSR.
Emergem no verão de 2007, na cidade de Braga, os peixe : avião rapidamente conquistaram a atenção da imprensa nacional através do promissor EP Finjo a Fazer de Conta Feito peixe : avião. Desde então, a sua carreira tem sido pautada por um crescimento constante suportado pelos álbuns 40.02 (2008), Madrugada (2010) e peixe : avião (2013). Com o disco homónimo foram nomeado para os Prémios Impala, que reconhecem os melhores discos independentes europeus do ano, juntamente com Boards of Canada, Nick Cave e Sigur Rós. Em Portugal, a grande maioria da imprensa especializada atribuiu o 1.º lugar na lista dos melhores discos de 2013. Em 2014 compuseram música original para o clássico Ménilmontant, de Dimitri Kirsanoff, filme de 1929, após encomenda do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema. Em 2016 regressam aos discos com Peso Morto, no qual aprofundam o caminho aberto pelo disco homónimo de 2013.
Em 2003, Samuel Úria editava o seu primeiro disco, O Caminho Ferroviário Estreito. Hoje conta com 7 álbuns, entre eles o novíssimo Carga de Ombro, que é mais uma prova da mestria na escrita e composição do músico de Tondela. Membro da FlorCaveira desde o primeiro momento, já criou composições para os Clã, HMB ou Ana Moura, apareceu no filme O Que Há de Novo no Amor, colaborou com Márcia, fez homenagens a Paco Bandeira, Paralamas do Sucesso e António Variações, venceu, em 2014, o prémio para a melhor canção do ano da SPA, como o tema “Lenço Enxuto” e, hoje, tem aos ombros a carga da autoria de algumas das melhores canções, em português, do novo século. O novo trabalho de Samuel Úria, Carga de Ombro, será apresentado junto ao Tejo, no SBSR, num concerto que irá fluir pelo lado mais dócil, sem perder o prisma mais arrojado e provocativo a que Úria nos acostumou.
Suspeitámos que alguma coisa se passava quando nos chegou a versão de “Controversy” e tudo se confirmou no dia da morte de Prince, quando Isilda Sanches entrevistou Luís Clara Gomes – Moullinex – e, no meio do choque e comoção com a notícia, ele confessou, em direto, ter passado os últimos meses imerso na obra do Príncipe de Minneapolis. Na altura, nem nós, nem ele, sonhávamos conceber uma mega operação como esta mas o entusiasmo cresceu naturalmente e, na verdade, não imaginamos ninguém melhor do que Moullinex para orquestrar um tributo a Prince em Portugal, em 2016. O homem da Discotexas, autor do melhor disco português 2015 para a Antena 3, produtor e músico com olhar atento ao passado e ao presente da musica de dança com raízes no funk, é o maestro ideal para reinventar os clássicos de Prince num contexto nacional moderno capaz de juntar elementos de diferentes famílias. Ainda não podemos (ou melhor, ainda não queremos) revelar os convidados especiais mas garantimos que todos partilham afinidades com a musica de Prince. Este espetáculo especial A Purple Experience está pensado como tributo a um dos maiores génios da música pop mas também será uma prova de fogo para Moullinex e convidados que aceitaram o desafio de sair fora do seu território natural para homenagear um dos seus – e dos nossos – heróis maiores. Vai ser muito especial.