Foram só 3 anos de Popoff mas marcaram definitivamente a cena musical portuguesa. Muitos projetos, hoje consolidados, ganharam visibilidade no programa produzido pela Latina Europa e apresentado por Gimba e Sofia Morais, entre 1990 e 1993.
Grupos como Sétima Legião, Mão Morta, Xutos & Pontapés ou Pop Dell Arte tiveram no Popoff uma plataforma fundamental para dar a conhecer a sua música e fizeram-no criando culto, em parte, graças aos videoclipes e reportagens do programa. Outros projetos tiveram existência mais fugaz mas, nem por isso, deixaram de ser aposta num espaço de televisão que nunca teve constrangimentos de estilo ou medo de arriscar: do metal à música improvisada, do pimba à canção revolucionária, do rock ao hip hop ou eletrónica. Shrine, Telectu, Quim Barreiros, Sérgio Godinho, Cosmic City Blues, General D ou Lx 90, passaram pelas emissões do Popoff, revelando um misto de ingenuidade e irreverência que ajudou a abrir horizontes e a mudar o gosto musical em Portugal.
A reposição do Popoff na RTP Memória, a partir de 20 de Outubro, vai ajudar a fazer luz sobre uma das fases mais fervilhantes da música feita em Portugal. A esse propósito, Zé Pinheiro, um dos realizadores do programa, olhou para o seu arquivo pessoal e compôs um videoclipe evocativo desses tempos. São pouco mais de 6 minutos que passam em revista 3 anos de Popoff com imagens de vários músicos, uns ainda no activo, outros entretanto desaparecidos, mas cuja música perdura. Entre eles, Duplex Longa, M’As Foice, Flavio com F de Folha, Censurados, Farinha Master, Lulu Blind, Tina & The Top Ten, Golpe de Estado, Brainded, Sitiados, Carloz Zingaro ou Ena Pá 2000.
A música que acompanha as imagens é dos nossos dias: “Ainda é Cedo”, de Luís Severo (álbum Cara d’Anjo).