O Festival Sons de Vez está de regresso. De 6 de Fevereiro a 19 de Março, o Minho volta a acolher o melhor da música moderna portuguesa com concertos todos os fins-de-semana no auditório da Casa das Artes de Arcos de Valdevez.
Os Mão Morta são a aposta da organização para iniciar aquela que é uma das mais antigas mostras de música moderna portuguesa. Sobem ao palco dia 6 de Fevereiro e na bagagem trazem o seu mais recente álbum Pelo Meu Relógio São Horas de Matar, onde o realismo duro com que se pinta a cores escuras o Portugal contemporâneo, convive com a catarse a que canções de rock opressivo e selvagem invariavelmente convidam.
O fim-de-semana seguinte está entregue a uma das mais carismáticas vozes da pop nacional, David Fonseca, que apresenta no Sons de Vez o seu primeiro disco inteiramente cantado em português – Futuro eu – que tem como cartões de visita os singles “Chama-me eu que vou” ou “Hoje eu não sou”. Traz ainda uma novidade a nível cénico, com um espetáculo que conjuga o intimismo com a alegria, a dramaticidade e o espetacular. A não perder dia 12 de Fevereiro.
A 19 de Fevereiro, o palco é repartido entre dois novos talentos nacionais – os Wildfire que trazem de Viana do Castelo o recém editado disco de estreia Sahara Tides, um álbum rock onde é assumido o experimentalismo sonoro e a instrumentalização excessiva – e também o duo de blues Serushiô. Com dois álbuns de estúdio e um EP editados, a dupla foi convidada para atuar o ano passado no Canadian Musix Week de Toronto depois de uma intensa tour nacional.
O mês termina ao som dos vibrantes A Jigsaw & The Great Moonshiners Band e da talentosa Emmy Curl. A dupla A Jigsaw que foi comparada pela revista francesa Les Inrockuptibles a nomes como Tom Waits ou Leonard Cohen mescla a folk, o blues, a literatura e esse conceito abstracto da imortalidade apresentando ao vivo no próximo dia 26 de Fevereiro o disco No true magic. Emmy Curl, por sua vez, é um talento nato. Criada numa família de artistas, compôs o primeiro tema com apenas quinze anos, e é atualmente uma das promissoras artistas da pop nacional independente. Com o disco de estreia, Navia, comprovou ter um universo próprio perfeitamente desenhado e cheio de som e imagem.
Segue-se no arranque do segundo mês de programação Marta Ren. Com uma força e estilo inconfundíveis que fazem dela uma referência na soul e funk nacionais, a cantora do Porto atua a 5 de Março com os the Groovelvets para apresentação do seu novo trabalho discográfico, que será editado praticamente em simultâneo com esta atuação. O concerto é antecedido pela prestação de Denise, uma das aguardadas vozes desta edição, em promoção ao EP de estreia Angorá. Nele, a musicalidade da soul funde-se com o boom bap do hip-hop, sendo a língua de Camões o veículo utilizado para expressar emoções.
A 12 de Março, mais uma sessão dupla de concertos. Primeiro com os Malaboos, um projeto ainda muito jovem de rock alternativo, que apesar da tenra idade levará ao Auditório da Casa das Artes o seu EP de estreia. E logo depois o aclamado cantor e compositor de origem iraniana Mazgani que trará ao Sons de Vez o último trabalho, Lifeboat. Com uma forte e carismática presença e entrega em palco, é um dos mais respeitados e procurados artistas no seu território e sem dúvida uma das atracões no alinhamento desta edição.
O festival termina a 19 de Março com o concerto de Ladrões do Tempo que serão antecedidos pelos Tuff Gum, um projeto emergente da cena rock nacional cantada em português e que aqui têm honras de tocar em casa. E se dúvidas restassem quanto a Ladrões de Tempo a apresentação é simples. Um grupo de cinco amigos com o rock n’ rol em comum, que de resto são nomes incontornáveis da nossa música – Zé Pedro dos Xutos & Pontapés, Tó Trips dos Dead Combo, Samuel Palitos dos GNR e A Naifa, Paulo Franco dos Dapunksportif e Donovan Bettencourt dos Dead Cats Dead Rats. Trazem com eles 1º Assalto, um álbum com nove canções de filiação rock, que conta com a composição repartida de quase todos os membros do grupo.