Aldeia da Pedra Branca, estado de Tocantins, Brasil. João Salaviza e Renée Nader Messora transportam-nos para esta aldeia, com Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos, uma viagem pelo universo dos índios krahô guiada pela história ficcional da vida de Ihjãc, um jovem da aldeia que tenta escapar à sua transformação — adiável, mas inevitável — em pajé.
O processo de rodagem do filme foi longo. Os realizadores passaram nove meses a criá-lo, depois de anos de contacto — Renée desde 2009, João desde 2014 — com os krahô. E esse tempo, essa longa temporada de contacto de ambos os realizadores, permitiu o estabelecimento de uma grande intimidade, uma enorme proximidade, que levou à criação de um filme que quebra o habitual olhar de procura do exótico da vivência de comunidades indígenas.
A Teresa Vieira falou com os realizadores sobre o filme, sobre as visões (pós-)coloniais das diversas comunidades indígenas do Brasil no cinema e sobre a necessidade de dar voz a indivíduos, a povos e a memórias que a história ocidental esqueceu — ou tentou esquecer.
Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos estreou-se nos cinemas portugueses no dia 14 de março.