Começamos a contagem das Melhores Canções Nacionais do ano com amor e esperança.
Os D’Alva juntaram-se a Sir Scratch neste single criado à frente de toda a gente, em streaming.
Em 2017, Frankie Chavez lançou o álbum Double or Nothing e dividiu-se entre a paternidade recente, o rock e o blues.
“Whatever Happened to Our Love” foi o segundo single.
Benjamim e Barnaby Keen conheceram-se em Londres e decidiram lançar um álbum bilingue, em conjunto.
“Warm Blood” foi o single que o apresentou.
A editora Discotexas celebrou este ano o 10.º aniversário com o lançamento da primeira faixa original Discotexas Band.
Chama-se “Family Affair” e promove a inocência, o groove, e a amizade.
“Don’t You Wanna Know” faz parte do álbum Timeless e representa bem o carácter solarengo do disco.
Da Chick sente-se foxy, é assim que quer ser chamada, e faz por isso.
“Call Me Foxy” segue o funk sensual e confiante, e está em 25.º lugar.
Vem directamente do Império Auto-mano.
Conta com letra irónica sobre batida minimal, com direito até a solo de sintetizador. É hip-hop, mas nem tanto.
Falando em artistas e canções que se movem nas areias do hip-hop, mas que lhe fogem aos rótulos: Valas lançou este “Alma Velha” com a colaboração de Slow J e a produção de Lhast.
Faz parte do próximo álbum de Valas.
Uma canção que diz logo ao que vem: chama-se “Love Love Love”, é de Moullinex, e celebra a euforia do amor.
O tema faz parte de Hypersex e tem o groove como arma de expressão massiva.
Segue o romance. Luís Severo canta as preocupações de um amor em crescimento.
A canção chama-se “Boa Companhia” e faz parte do álbum homónimo editado este ano por Severo.
O guitarrista dos Glockenwise lançou-se a solo, e aventurou-se no dream pop com “Caught By Chance”. Além da guitarra tocou e compôs todos os instrumentos da canção, menos a bateria.
A voz é do companheiro de banda, Nuno Rodrigues.
Faz parte do disco Dream About The Things You Never Do, e quer despertar o corpo para a dança. A mensagem é de liberdade.
Junta-se o hip hop de Portugal e do Brasil com o colectivo Língua Franca, e a faixa “Gênios Invisíveis”.
Está tudo no título: é uma canção sobre a luta dos artistas pelo reconhecimento.
Faz parte do primeiro EP de Eden Lewis II (The Second), que se chama Ultra Funk.
Um nome que podia muito bem descrever “Apologize”.
“Puxa a Patinha” é originalmente de 2015, renasceu para o novo disco do músico, e tem lá dentro histórias de emigração da geração atual.
Segue a contagem das Melhores Músicas Nacionais para a Antena 3. Agora, encontramos Mazgani, com “The Traveler”: diz Mazgani que é uma canção que “talvez seja a história de um viajante que se dirige para uma terra que se vai afastando”.
Valete nunca foi homem de se conter, e não era agora que ia se. Aqui, mostra-se em guerra aberta ao rap piroso e fútil. Os alvos directos nunca foram revelados, mas que houve especulação…isso houve.
E agora, a segunda música de Moullinex na contagem. Ele estava em vigésimo segundo lugar com “Love Love Love”, e está no décimo terceiro com “Work It Out”. Conta com a participação de Fritz Helder e com o funk que une os dois artistas.
Foi você que pediu uma dose de rock and roll? The Legendary Tigerman está cá para isso. O homem-tigre tem novo álbum no próximo ano, mas já lançou um primeiro single. Chama-se “Fix of Rock and Roll” e está no décimo segundo lugar.
Single do álbum “The Art of Slowing Down”, conta com a participação de Nerve, e destrói o tabu da fragilidade masculina no hip hop.
Depois de Ra-Fa-El ocupar o vigésimo lugar com “Caught By Chance”, o vocalista Nuno Rodrigues ocupa o décimo com o projeto Duquesa e o tema “Better men”. Faz parte do álbum “Norte Litoral”, e é uma canção de amor, servida em dengosa melancolia indie-pop, com direito a solo de saxofone, ao melhor estilo anos 80. No videoclipe, Duquesa vai mais longe nas referências, e evoca a época dourada da pop literalmente: com glitter e platinados.
Em 2017, Pedro Pode, ou S. Pedro, decidiu dar um novo início ao álbum “Fim”, disco originalmente editado em 2016. É de lá que sai “Joaquim”, que chega ao número nove da contagem. É uma canção sobre a morte dos sonhos, e a consequente morte da personagem: Joaquim, um nome que representa muitos outros. Ele queria ser piloto e acaba a pôr o preço às promoções e a atender reclamações. Quem se distrair da letra pode dar por si a trautear a melodia leve e o assobio divertido. À Antena 3, o próprio S. Pedro – ex-vocalista dos doismileoito – confessava que o objectivo era tornar o assunto “mais tolerável”. Para nós, o objectivo foi cumprido… com distinção.
“Casa é o mundo inteiro” diz Slow J nesta canção retirada do álbum “The Art of Slowing Down”. A frase serve mais ou menos de resumo da mensagem, e do espírito de mistura que Slow J gosta de representar. É hip-hop a ser dançado em ritmo de semba, uma casa de portas abertas, de quem não tem complexos por não ter raízes fixas. Pelo contrário, aproveita o melhor que a diversidade lhe pode trazer. Lisboa e Luanda, semba, fado, hip-hop, e histórias de família. Cabe tudo dentro desta casa. Portuguesa, com certeza…ou se calhar até não. É a segunda canção de Slow J na contagem, ele que está também no décimo primeiro lugar com “Às vezes”.
Luís Severo lançou este ano um álbum homónimo. Um disco sobre o amor e Lisboa para onde Severo se mudou há pouco tempo. A “Escola” fala de tudo isso, e ainda acrescenta uma nostalgia irónica. São as memórias de quem tem a certeza que o tempo de escola não é o melhor da vida (a não ser que o resto da vida seja mesmo muito mau). Esta “Escola” desencantada é servida sobre o violino de Tomás Wallenstein, a acentuar a velocidade com que as dores de crescimento chegam e passam. Luís Severo mudou-se para Lisboa e regressou “À escola”, inspirado por uma nostalgia irónica que nos contagiou ao longo de 2017.
Manel Cruz passou o ano entre palcos. A solo e em colaborações, a tocar canções do seu repertório mais antigo e mais recente, dos vários projectos que vai criando. Pelo meio, um inédito: chama-se “Ainda não acabei” e em menos de dois minutos explica porque é que a vida não vale a pena… e, simultaneamente… porque é que a vida vale mesmo a pena. O refrão chega só quando a música está quase a terminar, porque Manel Cruz nunca foi artista de cumprir normas estabelecidas. Na letra e no tom, “Ainda não acabei” soa a aperitivo. A boa notícia é que Manel Cruz ainda não acabou, resta saber se 2018 vai trazer continuação a este prefácio.
Benjamim e o britânico Barnaby Keen lançaram “1986”, um disco que navega entre o português e o inglês. No segundo single, encontram-se em “Terra Firme”. Uma canção de protesto, inspirada pelos 30 anos sobre a morte de Zeca Afonso, que quer ser uma arma contra a indiferença, a alienação e contra o medo do futuro… que impede o presente. “Porto seguro é não ter medo”, canta Benjamim, com Barnaby Keen como segunda voz, e ainda a assegurar vários instrumentos… com o saxofone como protagonista. Este é o single em português que sucede a “Warm Blood”, tema que está também na contagem, no vigésimo nono lugar. “Terra Firme” abre o nosso Top Cinco de Melhores Canções nacionais de 2017.
É de certa forma irónico que uma canção chamada “Ctrl C + Ctrl V”, atalho de teclado para copiar e colar, não se pareça com nada do que tem vindo a ser feito. É o primeiro tema a ser retirado do álbum “Lo Fi Moda”, dos bracarenses Ermo. A faixa apresenta-nos a dupla em experimentação eletrónica, a quebrar fronteiras sem perder de vista o formato canção. “Ctrl C + Ctrl V” é poderosa e desesperada, quer na melodia de percussão incisiva, quer na letra de crítica acutilante e assertiva. Ficou mesmo à beira do podium, foi por pouco…Uma das nossas insistências em 2017… de Braga para o mundo… Ermo com Ctrl C + Ctrl V.
E chegámos ao pódio…Depois dos Ermo, continuamos na experimentação eletrónica, mas mudamos radicalmente de tom. Quem leva a medalha de bronze na lista de “Melhores Canções Nacionais do ano” para a Antena 3 é “Hemma”, de Surma. Foi o primeiro single do álbum “Antwerpen”, e uma homenagem da cantora à avó, que tem o mesmo nome. É também o título de um filme que marcou Surma durante uma viagem pela Escandinávia. A canção enreda-se em envolventes e delicadas malhas de pop eletrónica, rica em detalhes e ruídos escolhidos a dedo. Surma inventou uma línguagem própria para as suas canções, e “Hemma” é um dos mais belos exemplos dessa identidade que viaja entre a delicadeza e a fortaleza.
Estamos quase a conhecer qual a melhor música nacional de 2017 para a Antena 3. Já sabemos que “Hemma”, de Surma, está em terceiro lugar, e agora ficamos a saber que em segundo está…”Skylab”, dos Orelha Negra. O tema faz parte do muito aguardado terceiro álbum da banda, e é uma das canções mais funk do trabalho. Já se sabe que esta Orelha é perita em “digging” pelas pérolas do passado, e a receita voltou a funcionar. Desta vez a nostalgia viaja até aos anos 80 e trouxe os sintetizadores espaciais. “Skylab” conta com o habitual sample certeiro a fazer o papel de vocalista e tem qualquer coisa de Daft Punk. É um dos mais brilhantes momentos de um álbum pelo qual esperámos e desesperámos… mas que finalmente chegou.
A espera valeu a pena… Skylab leva os Orelha Negra ao segundo lugar na contagem das melhores canções nacionais de 2017. Uma das escolhas da Antena 3 para o último álbum da banda… um disco que, sem surpresas, também vai estar em destaque na lista dos melhores álbuns… mas isso fica para sexta-feira.
Em primeiro lugar, está uma canção que segundo os próprios autores é uma “epopeia do efémero, de como aproveitar cada momento que a vida nos oferece”. Chama-se “Big Fish” e pertence aos The Gift. É o terceiro single do álbum “Altar”, todo ele produzido pelo mítico Brian Eno. Cheia de coros épicos, “Big Fish” só quer fazer-nos dançar. Em entrevista ao site Pop Matters, Nuno Gonçalves explicou que o ritmo foi a grande preocupação na composição deste “Big Fish”. O otimismo e o movimento são os protagonistas da canção. Dancemos, então.
“Big Fish” – The Gift: a melhor canção nacional de 2017, para a Antena 3.