Ao quarto álbum de originais, Sean Bowie deixa o laboratório experimental para dar ares de estrela de rock. Caso para dizer: quem o ouviu e quem o ouve.
Hugh Masekela e Tony Allen, duas figuras lendárias da música africana. O álbum saiu em março. Um mês depois, Tony Allen morreu. Ficou a alegria. Missão cumprida…
Sam Herring deita-se no divã e faz do sexto dos Future Islands uma sala privada de terapia, num caldo de indie-pop e sintetizadores new wave. Há quem diga que estão sempre a fazer o mesmo álbum. E daí…?
Oito anos depois, o irmão mais velho do clã Wainwright regressa com um disco que vai ao passado e traz de lá o melhor. Orquestrações sumptuosas ao serviço de belas canções.
Springsteen fala-nos de morte, envelhecimento e camaradagem. Ao vigésimo disco da (quase) sexagenária carreira, não podemos ignorar que, aos 71 anos, o Boss não quer nem saber da reforma.
O que fazem Robert Smith dos Cure, slowthai, Beck ou Elton John num disco dos Gorillaz…? A primeira temporada de Song Machine junta peças fabricadas numa máquina cantante e bem oleada.
Claire Elise Boucher, mais conhecida como Grimes, confirma-se como uma das compositoras mais originais da década. Seguimos rumo ao apocalipse: mas a dançar…!
Cinco anos depois de Carrie&Lowell, Sufjan Stevens regressa com um disco à altura. Uma subida aos píncaros da espiritualidade, embalada por rendilhados eletrónicos ao jeito do rapaz do Michigan.
Saiu no equinócio de Outono. O nome lembra um trauma do vocalista Robin Pecknold com a água e o medo de se afogar. Canções folk-aquáticas para consolar o início da estação fria.
Em maio, gelámos com as imagens de George Floyd assassinado às mãos da polícia americana. Dias depois, os Run The Jewels esbofeteavam-nos com um disco cru e pungente, à altura do seu tempo.
O quarto álbum de Stephen Bruner foi feito na ressaca da morte do amigo Mac Miller. Caldeirada jazz, hip hop e soul cheia de ilustres como Childish Gambino ou Kamasi Washington.
O difícil segundo álbum saiu a Phoebe Bridgers melhor que a encomenda. Aos 26 anos, a menina e moça traz-nos da Califórnia um banho de indie-pop delicada, sofrida… mas bem-disposta
A ex-vocalista dos Moloko regressa com argumentos de peso. Róisín Machine é uma máquina de fazer dançar. E a lei de Murphy, meus caros, é para levar muito a sério…
Este ano, a probabilidade de não terem escutado The Weeknd em algum momento é praticamente inexistente. Esperámos quatro anos por ele… E After Hours chega na hora certa.
Nasceu do confinamento, para desconfinar as canções de Taylor Swift para lá do quarteirão da música de massas. Ao oitavo disco, a super-estrela da pop americana cai nas boas graças do povo alternativo.
Um novo disco de Caribou que fala de mudanças repentinas na vida do canadiano Dan Snaith. A vida acontece quando menos se espera, e isso reflete-se na eletrónica de Caribou.
Um álbum com duas partes ou dois álbuns com o mesmo nome? O compositor americano regressa em tons de cinza – ambiente soul-jazz onde a voz desenha linhas delicadas e intimistas.
Mike Handreas acelera-nos os batimentos por minuto com o quinto dos Perfume Genius. Um disco de filigrana pop esculpido pelas mãos de ourives do produtor Blake Mills.
O regresso dos rapazes que reiventaram o rock para o século XXI. The New Abnormal já estava batizado antes da pandemia, mas caiu que nem ginjas neste tempo de nova anormalidade.
O baterista Makaya MCcraven dedica-se a reimaginar o último disco do poeta de Chicago. Já sabemos que a revolução não passa na televisão… Mas pode ser que ainda passe pela música.
Um disco em forma de pergunta cheia de desplante, que parece uma provocação. Jessie Ware, estrela em ascensão da pop britânica, lançou um álbum solar com apetites de club noturno.
Kevin Parker a sós com ele mesmo. Os australianos regressam com um álbum de paisagens distorcidas pelo calor, que fazem da música uma miragem de sensações pouco sóbrias.
O rock dos IDLES soa a punk das entranhas. Sopapos vigorosos que os ingleses de Bristol nos aplicam não tanto no corpo, como nos nossos espíritos ociosos e conformados.
Um ano depois, os irlandeses voltam ao sétimo lugar dos melhores da Antena 3. Hero’s Death tem a morte no nome mas não vem prenunciar o fim de nada. Os rapazes passaram mal com o sucesso, mas estão de volta à luta.
A banda mistério que não aparece, não fala, não dá entrevistas, não se exibe nas redes sociais. Em 2020 editaram dois álbuns: Untitled (Rise) foi o segundo da coleção “sem título”.
Tom Misch e Yussef Dayes juntaram os trapinhos para nos dar What Kinda Music: ou como dois músicos vindos de famílias diferentes podem levar ao limite a ideia de criação colaborativa.
À beirinha dos 80, Dylan engendra uma viagem pela história do século XX, pejada de personagens reais, imaginárias e distorcidas ao sabor de um génio para quem ainda não se fez noite.
Um dos regressos mais fulgurantes do ano. Fiona Apple fez da reclusão dos últimos anos um álbum sublime. Ela é frágil, vulnerável e vai direta ao assunto. Diz-nos das suas fraquezas de coração aberto.
Este trio do Texas faz música nas vizinhanças do psicadelismo, do funk, do disco, do afrobeat e da eletrónica contemplativa. Fazem-nos acreditar que viajar é possível, e é como se o verão pudesse não acabar.
Proeza inédita… dois discos no top 10 dos melhores do ano para a Antena 3. Untitled (Black Is) saiu na reação à morte de George Floyd. Banda sonora para o espírito do nosso tempo.