As contas estão feitas, e estas são as 30 canções internacionais de 2024 mais votadas pela equipa da Antena 3. Durante toda a semana, revelamos as nossas escolhas no que diz respeito a álbuns e a canções, nacionais e internacionais. Acompanha as contagens ao longo da emissão ou em atualização permanente aqui no site.
Nota: Foram contempladas as edições entre 1 de dezembro de 2023 e 30 de novembro de 2024.
A vida é melhor em Saturno, garante a cantora e compositora americana SZA, nesta canção que convida à evasão da realidade terrestre.
A colaboração entre Kali Uchis, a cantora americana de origem colombiana, e o artista mexicano Peso Pluma, resulta em pop sensual e elegante, que convence todos a cantar em espanhol.
Uma canção sobre fear of missing out, o sentimento de estar a perder alguma coisa. O britânico de origem nigeriana Obongjayar fala de solidão e frustração enquanto nos faz dançar.
Anderson Paak e Knxwledge juntos e com amigos numa balada retro soul digna da época de ouro da Motown. É de Why Lawd, o segundo álbum do projeto.
Josh Tillman revela nesta canção um som mais enérgico do que poderíamos esperar, talvez isso se explique com a co-autoria dos Viagra Boys.
Um monólogo interior sobre depressão e ansiedade. Rock e eletrónica combinados numa crítica incisiva à superficialidade da vida moderna.
O trio texano volta a encantar-nos com uma canção nostálgica e delicada, onde tudo é luminoso e até os pássaros cantam. Um verdadeiro elogio da Primavera.
O saxofonista mais icónico do jazz moderno, o pai do P Funk e um rapper premiado. Juntos numa canção celebratória que parece saída de um filme dos anos 70.
Uma homenagem à música eletrónica com que James Blake cresceu, numa canção que questiona as aspirações modernas de riqueza e sucesso.
A banda francesa L’Impératrice incendiou as pistas de dança, e todos os corredores, com esta canção influenciada pelo italo disco dos anos 80. Evoca uma personagem de “L’homme à Tête de Chou”, de Serge Gainsbourg.
O coletivo de jazz britânico, vencedor do Mercury Prize em 2023, leva-nos pela mão até à pista de dança e liberta-nos nela para celebrar.
Soul e pop clássicas com tratamento moderno irrepreensível e groove contagiante. É difícil resistir à nostalgia.
Uma colaboração franco australiana algures entre disco psicadélico e techno escuro, com Kevin Parker concentrado numa obsessão romântica.
Nova Iorque 2024. Harrison Patrick Smith transformou-se numa das sensações do ano, assumindo a influência de LCD Soundsystem e da cena electroclash.
Uma canção de luz e sombra, sobre perdas, ruturas e a passagem do tempo. Introspeção e vulnerabilidade com toques e psicadelismo e um coro infantil.
Entre referências a John Wayne e kevlar, uma fibra muito robusta, o instinto de proteção da Queen B revela-se à prova de bala e com refrão infalível.
O australiano Nick Cave, um ex-punk há muito com pele de crooner, continua a explorar os universos da fé e espiritualidade, deixando a luz dissipar as sombras.
A cantora, compositora e modelo britânica, evoca memórias da era disco para encontrar o par ideal. Uma canção pop contagiante, com dedo de Kevin Parker, dos Tame Impala.
Pop delicada e sensual sobre a necessidade de ser vista e desejada. Ou será sobre a tirania da imagem? As opiniões dividem-se na interpretação das palavras, a canção, entranha-se na mesma.
Pop enérgica com emoção e atitude. A cantora do Sul de Londres dá largas à sua capacidade vocal impressionante numa canção capaz de elevar os espíritos mais abatidos.
Os tons são de soul clássica, mas todo o ambiente é atual. “Take Your Mask Off” é uma canção sobre identidade e autenticidade, sobre ser-se fiel a si mesmo, sem máscaras. É um dos temas-chave do álbum Chromakopia, precisamente pela temática, que coloca em causa algumas práticas comuns no mundo moderno. Tyler, the Creator — rapper, produtor, designer de moda… — tem sido uma figura fulcral na definição do novo hip hop, combinando jazz, R&B e música eletrónica numa visão artística única e complexa. “Take Your Mask Off” mostra isso.
Quem diria que uma canção que brinca com nome de café poderia ser tão aditiva? Sabrina Carpenter já tinha uma longa carreira antes de “Espresso” — cinco álbuns e dezenas de filmes e séries em pouco mais de dez anos contam certamente como tal. Ainda assim, foi esta canção que a catapultou para a fama fora do universo Disney em que cresceu. Aparentemente, a inspiração surgiu num café em França que servia bicas, o pretexto ideal para exercitar a ironia e a autoconfiança numa canção que serviu de banda sonora do verão quente de 2024. O facto de ter sido a canção mais ouvida mundialmente no Spotify e de estar no top 10 da Antena 3 comprova o seu poder de contágio.
Frederik John Philip Gibson, ou só Fred Gibson, tem estado no centro de todas as atenções, graças a prémios nos BRITs e nos Grammys, colaborações com gente como Brian Eno ou Romy e atuações nos maiores festivais do mundo. Já era um dos nomes mais destacados da música de dança atual, mas consolida o seu lugar na linha da frente com esta reunião com Anderson .Paak e com a rapper americana Chika. Imparável e eletrizante, “Places to Be” é uma canção cheia de adrenalina, que fala da necessidade de contacto e proximidade. Skrillex, velho amigo de Fred e um dos colaboradores no álbum Ten Days, dá uma ajuda na produção.
John Talbot e companheiros continuam fiéis às suas raízes e influências pós-punk e usam-nas da melhor forma nesta celebração do amor — é assim que devemos entender “Gift Horse”, apesar do tom abrasivo e das palavras enigmáticas. Canção de Tangk, o quinto álbum da vigorosa, visceral e intensa banda de Bristol, tem tudo aquilo de que gostamos nos Idles.
Jamie xx e Honey Dijon, dois super-heróis da música de dança atual, juntos em “Baddy on the Floor”. A canção foi composta durante a pandemia, com trocas de ideias em videochamadas, como aconteceu com toda a gente, mas a química entre o produtor britânico e a DJ e produtora nova-iorquina é evidente, mesmo à distância. Os ambientes de Jamie xx encaixam perfeitamente na influência de old school house de Honey Dijon. Uma canção celebratória, que nos convida a ser livres na pista de dança.
Uma canção sobre reencarnação espiritual e transformação pessoal, “Reincarnated” não tem refrão, dispara rimas e elabora referências a John Lee Hooker, a Billie Holiday e à Bíblia. Usa um sample de 2Pac e começa com palavras de Deyra Barrea, uma cantora mexicana que Kendrick conheceu num jogo dos Los Angeles Dodgers. É Kendrick no seu melhor.
A canção que encerra o álbum Romance, dos irlandeses Fontaines D.C. — se há definição de som indie, “Favourite” cumpre todos os requisitos. Simples na forma, honesta no sentimento, com riffs de guitarra de melodia intrincada e palavras agridoces. “Favourite” mostra os Fontaines D.C. a abraçar uma certa melancolia numa fase de crescimento.
Foi o primeiro single do álbum Hit Me Hard and Soft, editado este ano. Uma canção sexy, sugestiva e divertida, em que Billie confessa, sem pudor, a sua atração por mulheres. Segundo a própria, escrever a canção foi determinante na sua autodescoberta, e o resultado é electropop de efeito contagiante. É por isso que ocupa a terceira posição.
Certamente uma das canções mais populares de 2024, e poucos teriam ouvido falar da autora antes disso. Em segundo lugar, está “Good Luck, Babe!”, da americana Chappell Roan. Pop eletrónica barroca, com influências dos anos 80, e um forte tom dramático fizeram desta canção, que deseja sorte a quem nega a sua identidade sexual, um êxito mundial que primeiro até se pode estranhar, mas que rapidamente se entranha.
No topo da tabela, está a mulher a quem todos aprendemos a chamar… Brat. Charli XCX chega ao nosso primeiro lugar com uma canção que desdenha das críticas que tantas vezes lhe são dirigidas, ao mesmo tempo que ironiza sobre a cultura das celebridades usando o nome de uma marca de roupa caída em desgraça. Pop eletrónica aditivada, feita para incendiar pistas de dança, que provou, de facto, ter efeitos explosivos.
“Von Dutch”, de Charli XCX, é a canção internacional do ano para a equipa da Antena 3 — podemos celebrar!