O Extra do Domínio Público foi dedicado a Rita Lee (1947-2023), que faleceu ontem, no dia 8 de maio, vítima de um cancro do pulmão, aos 75 anos de idade. A cantora brasileira, considerada a Rainha do Rock brasileiro, nasceu a 31 de dezembro de 1947 e ficou mais conhecida pelo seu trabalho n’Os Mutantes – trio que formou em 1966 com os irmãos Arnaldo e Sérgio Baptista – onde foi pioneira no movimento tropicalista. Depois de abandonar Os Mutantes no início da década de 70, juntou-se ao grupo Tutti Frutti, formado por músicos de São Paulo, para se lançar, mais tarde, numa carreira a solo dedicada ao rock, da qual ainda se cheira o perfume. Apaixonada pela vida, pela música e pelo próprio amor – afinal, era a mulher do Vírus do Amor e do Flerte Fatal – Rita Lee também partilhou o estúdio com a sua cara-metade, Roberto de Carvalho. Foi adepta da mudança, da política e da revolução, com a sua filosofia e atitude inconformista, feminista e assertiva, tornando-se um verdadeiro símbolo pela sua música e ativismo no Brasil.
Para a pequena homenagem a Rita Lee no dia do seu falecimento, reunimos o depoimento do músico paulista Sessa, Capicua, do editor Rui Couceiro – que editou Uma Autobiografia, em 2017, onde se lê, na primeira pessoa, os momentos mais importantes da sua vida e carreira – Rui Reininho, vocalista dos GNR, que escreveu o prefácio do livro e Teresa Viera, que nos leu a profecia que Lee escreveu na biografia: uma nota despreocupada sobre a repercussão da sua morte nos outros e, em tom de desabafo, contou-nos, que iria tranquila, na sua hora.
Resta-nos uma despedida, como escreveu o cronista brasileiro Rubem Braga, em 1983: Adeus, ruiva andorinha.