16h00: E já é oficial: arrancou a edição de 2025 do festival Vodafone Paredes de Coura.
A Antena 3 está em direto a partir do recinto na praia do Taboão, no Alto Minho, para acompanhar tudo o que se passa por aqui até sábado. As emissões começam, diariamente – e religiosamente – depois das 16h, com o Tiago Ribeiro aos comandos, na companhia da Marta Rocha, Inês Henriques e Bruno Martins. Depois, às 20h, entram ainda em cena Luís Oliveira e Nuno Calado para noites de muita música ao vivo e conversa. São mais de oito horas, em direto e em permanência, a partir de Paredes de Coura, com transmissão de concertos, entrevistas, partilha de fotografias e vídeos e a levar a todo o lado a festa e as emoções de um dos maiores festivais de verão em Portugal. Para seguir, sempre, a partir DESTE LINK.
A música já se faz ouvir desde as 16h30, com a atuação dos texanos Being Dead, que abriram as hostes no palco BacanaPlay. Mas a primeira grande enchente da tarde pertence a Samuel Úria que do palco Vodafone tem, nesta altura, a vista da encosta já muito bem preenchida e a cantar as canções do seu último “2000 A.D.” (um disco Antena 3) , mas não só. A hora de concerto de Samuel Úria, está a ser preenchida com alguns bons velhos clássicos da sua discografia: “É Preciso Que Eu Diminua”; “Lenço Enxuto” entre tantas outras.
Depois das 19h, Samuel Úria vai estar em direto nas tardes do Logo Se Vê, para uma conversa com Tiago Ribeiro e Inês Henriques.
- Unsafe Space Garden à conversa com a Antena 3
- Being Dead a abrir as hostes na edição de 2025
- Do Texas para o Alto Minho: Being Dead
- Concerto de Being Dead
- Marta Rocha em reportagem
- As primeiras cores de Coura
O que está previsto no “menu” do primeiro dia
Depois do arranque com os Being Dead e do concerto de Samuel Úria, tocam nesta altura, no palco BacanaPlay, os vimaranenses Unsafe Space Garden (que também já passaram pela emissão da Antena 3) que fazem do espetáculo um autêntico parque de diversões.
Neste primeiro dia de Vodafone Paredes de Coura temos já as seguintes confirmações:
16h30 – Being Dead (transmissão Antena 3 ✔)
17h15 – Samuel Úria (transmissão Antena 3 ✔)
18h00 – Unsafe Space Garden (transmissão Antena 3 ✔)
18h40 – Nilüfer Yanya (transmissão Antena 3 ✔)
19h40 – Cass McCombs (transmissão Antena 3 ✔)
20h40 – MJ Lenderman & the Wind (transmissão Antena 3 ✔)
21h40 – Don West
22h50 – Zaho de Sagazan
23h35 – Capicua (transmissão Antena 3 ✔)
00h20 – Vampire Weekend
01h50 – Joey Valence & Brae
02h45 – Badsista
18h50: Nesta altura, no Palco Vodafone, a super-estilosa Nilüfer Yanya (de óculos escuros quadrados e um vestido em tons camuflados), já se mostra aos festivaleiros de Paredes de Coura. A britânica vem acompanhada de quatro músicos a trazer o mais recente “My Method Actor”. Um concerto de guitarras, é certo, mas a faltar alguma potência sonora nos primeiros temas. A agitação do público de Coura chega, para já, com o single “Like I Say (I Runaway)”. A verdade é que o concerto acaba por ganhar uma intensidade bastante grande: há tempo, inclusivamente, para uma versão de “Rid Of Me” de PJ Harvey. O concerto termina com um abraço quase ternurento às melodias vocais de Nilüfer, às linhas de saxofone e teclados, às baterias jazzisticas e guitarras acústicas em jeitinho grunge. Mesmo sem falar muito, e já com os óculos-estilosos na cabeça (o sol já se vai pondo lá á esquerda do palco), a britânica sentiu, certamente, o carinho de Paredes de Coura. E saiu sorridente.
- Nilüfer Yanya © André Mendes
- Nilüfer Yanya no Palco Vodafone © André Mendes
- A luz de fim de tarde no Couraíso © André Mendes
- Colina cheia para ver a artista britânica © André Mendes
19h06: Samuel Úria passou pelo estúdio da Antena 3 para conversa. Recorda, daqui a pouco, aqui, parte da conversa. Para já, aqui ficam as fotos do André Mendes do concerto no Palco Vodafone.
- Samuel Úria © André Mendes
- Samuel Úria trouxe “2000 AD” ao Couraíso © André Mendes
- Público mais pequenito em Samuel Úria © André Mendes
- Samuel Úria © André Mendes
19h40: Arranca, pontualmente, o concerto de Cass McCombs, no Palco BacanaPlay. Vamos transmitir em direto na Antena 3. E, mais logo, entrevista com o músico californiano.
Em vésperas de lançamento de um novo trabalho (esta sexta-feira, dia 15 de agosto), o músico trouxe a Coura o seu puro espírito indie-folk, com as suas canções quase em jeito roadtrip a cruzar estados. Acompanhado de um trio clássico de bateria, baixo e guitarra, ora delicadamente, ora de forma mais explosiva, vão criando ambiente para o fim de dia – e início de noite aqui em Coura.
20h40: É a vez de MJ Lenderman. O músico da Carolina do Norte, de Asheville, tem honras de concerto pós-hora de jantar. E, um pouco, na sequência do que se ouviu há pouco no Palco Secundário. Lenderman, de 26 anos, tem sido, nos últimos anos, um nome em crescendo no universo da música americana. Voz tímida, letras a trazer alguma sofrência, ainda que combatida, certamente, com ocasionais excelentes riffs de guitarras e algum psicadelismo-shoegaze, Lenderman, com serenidade, agarra a “wall of Coura”, sente-se em casa, e traz ao Minho um excelente concerto.
21h40: De Sydney chegou, já noite feita, o australiano Don West. Depois do indie-shoegazy de Lenderman, um momento de mais sorridente – ou menos tenso, se preferirmos – com a soul clássica do músico que se prepara para fazer crescer a discografia. Depois do EP de estreia, homónimo, agora West prepara-se para fechar o ano com “Give Me All Your Love”. O músico não desiludiu – e, na verdade, nem o público de Paredes de Coura, que tem feito questão de encher os palcos consecutivamente, com aquela transumância quase já típica do festival: fez-se acompanhar de banda – e de uma tremenda banda, na verdade. A partir daí, num concerto de cariz soul, é vitória garantida.
Mas o primeiro grande triunfo desta edição do Vodafone Paredes de Coura pertence a Zaho de Sagazan. A artista francesa mostrou-se, pela primeira vez, ao público português e não podia ter tido melhor estreia: um repertório super flexível que foi da canção francesa, íntima (de cima do palco e nas grades) à pura eletrónica, enérgica e dançante. Zaho prometeu ao público do Minho que nunca iria esquecer este espetáculo. E é provável que assim seja, porque a multidão que aplaudiu longamente também não irá deixar de se lembrar.
- Zaho de Sagazan © André Mendes
- Zaho de Sagazan © André Mendes
- Estreia épica de Zaho de Sagazan em Portugal © André Mendes
- Zaho de Sagazan © André Mendes
- Zaho de Sagazan © André Mendes
- Zaho de Sagazan © André Mendes
00h55: A esta hora já a rapper portuense Capicua serviu “Um Gelado Antes do Fim do Mundo”, o seu mais recente disco – também ele, à semelhança de Samuel Úria, um disco com o selo Antena 3. No palco BacanaPlay o sorvete foi ligeiramente mais curto do que noutros espetáculos da artista que a Antena 3 tem tido oportunidade de transmitir durante este verão. Mas foi um regresso a Coura, dez anos depois, vitorioso. As canções e a mensagem continuam afiadas – e afinadas; agora mais corpulentas e também oleadas graças a um ensemble de luxo de músicos que a acompanham na estrada.
O projeto de Ana Fernandes ficou encaixado – e bem aconchegado – entre o concerto de Zaho de Sagazan e os principais cabeças de cartaz desta primeira noite em Paredes de Coura. Falamos, naturalmente, dos Vampire Weekend que regressaram a Portugal seis anos depois do concerto do Coliseu de Lisboa em 2019. Apesar do disco novo, “Only God Was Above Us”, editado em abril do ano passado, a turma de Ezra Koenig nem vacilou na hora de entregar hits ao público do Minho: foram do primeiro ao último álbum numa performance fortíssima: são hoje uma máquina oleada de palco, músicos de excelência, dando-se ao luxo de trazer duas baterias, pianos (e outros teclados analógicos); saxofone(s), violino e até um dançarino (com um colete fluorescente também útil para mudar pneus do carro) em momentos bastante específicos do concerto. Ezra – que parece não envelhecer, mesmo depois de quase 20 anos de atividade à frente de multidões – é/está um super-mestre de cerimónias: sabe controlar na perfeição todos os momentos do espetáculo, seja com voz, guitarra e até com os sopros. Já estão a deixar saudades.
- Olá Ezra, bem vindo de volta © André Mendes
- Vampire Weekend em Paredes de Coura © André Mendes
- © André Mendes
- © André Mendes
- Até houve momentos de dança © André Mendes
- O baterista Chris Tomson © André Mendes
2h15: A atuação de Joey Valance & Brae começou há cerca de 30 minutos. Um autêntico pavio muito curto que explodiu assim que o DJ da dupla punk-hip-hop-drum’n’bass deu o play no deck. Em vésperas de lançarem o novo disco, “Hyperyouth” (atenção a esta sexta-feira) “JVB”, como gritam em palco, estrearam-se em Portugal. O Bruno Martins sentou-se à conversa com a dupla que tinha então acabado de chegar a Coura e não sabia ainda nada sobre nada: nem sobre o festival, nem sobre o “Couraíso”, e muito menos sobre aquilo que iria ser este concerto. O pé a fundo nunca mais saiu assim que chegou lá abaixo – tirando um ou outro sample mais soulful que serviu apenas para limpar o suor: saltou-se muito, gritou-se muito e cumpriu-se aquilo que Joey Valance & Brae tinham prometido: “queremos pôr as pessoas a dançar, porque parece que hoje em dia, quando vamos aos clubs ninguém dança.”
O tom de voz e o sincronismo melódico fazem lembrar os Beastie Boys, nas canções mais antigas. Mas alguns dos novos temas, que hoje já foram trazidos a Coura, remetem mais para a energia de uns Run The Jewels (inclusivamente alguns samples poderão ter sido emprestados). Pelo meio há remniscência de Prodigy (nos baixos, por exemplo) e, lá está, muito drum ‘n’ bass feito, de origem, num apartamento em Filadélfia, mas que tem a capacidade de levar à loucura e exaustão os muitos resistentes da primeira noite da edição 2025 do Vodafone Paredes de Coura que agitaram o chão à frente do Palco BacanaPlay.
O primeiro dia termina com a atuação da paulista Badsista, também no mesmo palco, a trazer a Coura a energia e fusão house, bass music e baile funk. Desde que haja pernas para o segundo dia, está tudo bem! Haverá, certamente.
Amanhã estamos de volta à antena logo depois das 16h.