Uma Mulher Fantástica (título internacional: A Fantastic Woman) estreia-se nas salas de cinema portuguesas no dia 21 de dezembro, com o apoio da Antena 3.
Marina e Orlando, ele vinte anos mais velho do que ela, amam-se longe dos olhares alheios e fazem projetos futuros. Quando ele morre repentinamente, ela é alvo da hostilidade dos familiares de Orlando, uma “santa família” que rejeita tudo o que Marina representa. Marina lutará com a mesma energia que desde sempre dedica a tornar-se naquilo que é: uma mulher forte, corajosa, digna… uma mulher fantástica!
“O projeto tem origem no meu filme anterior, Gloria. De uma certa maneira, Gloria resumiu o que eu quis fazer nos meus três primeiros filmes (La Sagrada Familia, Navidad e El Año del Tigre). É um filme que marca o fim de uma etapa. Mas eu quis passar a outra coisa, abordar outros temas. Com Una Mujer Fantástica, quis responder à seguinte questão: o que se passa quando morremos nos braços da pessoa errada? Achava o ponto de partida muito forte, mas faltava-me a personagem certa. Durante a escrita do argumento, tentei pôr um homem no centro da história. Depois, experimentei com uma mulher mais velha. E depois uma rapariga. Tentei tudo, mas a história não convencia. Um dia, tive uma iluminação: escolher uma mulher transgénero. A partir daí, fez tudo sentido, achei a ideia arrebatadora, mas senti alguma dificuldade, porque não sabia nada sobre o assunto. Apercebi-me de que não tenho nenhum amigo trans, nem em Santiago, nem em Berlim, onde vivo geralmente. Juntamente com o meu co-argumentista, Gonzalo Maza, decidimos interromper a escrita do guião e ir à procura de mulheres transgénero. Mas naquela altura não procurávamos uma heroína; só queríamos quem nos orientasse. A Daniela foi a terceira pessoa que encontrámos. Depois de falarmos com ela, percebi que seria impossível fazer o filme sem uma atriz transgénero. (…) Tratava-se de um filme transgénero em todas as suas vertentes. Ele oscila entre vários géneros diferentes: vai do cinema romântico ao thriller, passando pelos filmes de fantasmas e mesmo pelas comédias musicais. O facto de termos uma mulher transgénero enquanto atriz principal aproxima o filme, se não do documentário, pelo menos do ‘documento’. Ela confere-lhe uma alma realista. Empurra-o para um território cinematográfico mais complexo, mais provocante e mais precioso.” — Sebastián Lelio (realizador)
Protagonizado por Daniela Vega, Francisco Reyes e Luis Gnecco, Uma Mulher Fantástica conquistou o Urso de Prata para melhor argumento na última edição da Berlinale e está nomeado para melhor filme em língua estrangeira nos Globos de Ouro.