Até ao dia 14 de julho, está a decorrer, na ilha de São Miguel, nos Açores, a oitava edição do festival de artes Walk&Talk — mais uma edição que tem o apoio da 3.

No fim de semana passado, assinalou-se a abertura oficial do festival, e a Vanessa Augusto voou até Ponta Delgada para captar o que por lá aconteceu.

Ficamos a conhecer o circuito de arte pública desta edição do Walk&Talk, onde a curadora convidada foi a inglesa Dani Admiss, sob o tema “Assembling a Moving Island”.

Dani Admiss contou-nos como foi esta experiência de trabalhar no Walk&Talk — juntos dos artistas internacionais — e tendo uma ilha como território:

Se na capital de São Miguel existem inaugurações de exposições, concertos e conversas com vários artistas e agentes culturais, a ideia deste circuito de arte pública é inscrever a arte contemporânea na paisagem de outros locais da ilha. Ou seja, é uma espécie de exposição permanente, eterna, que se tornará parte daquele território específico.

Um desses projetos feito em residência para a edição de 2018 do Walk&Talk é a obra Georgiana, de Navine G. Khan-Dossos. Está na frente marítima e ao longo do muro do porto — de acordo com o alfabeto marítimo internacional, constituído por bandeiras de sinalização, escreve as palavras “Georgiana Leonard”. Uma homenagem à mulher com o mesmo nome que no século XIX se fazia passar por um homem marinheiro para poder fazer parte de um navio baleeiro:

O Walk&Talk 2018 fica também marcado pela abertura de várias exposições, muitas delas em novos espaços da cidade de Ponta Delgada. Uma delas chama-se Ilha — está na galeria Miolo e é assinada pelo coletivo We Came From Space:

Daniel Rodrigues e Irena Ubler, dois dos elementos deste coletivo nascido na cidade do Porto, apresentam uma exposição que traz, no seu conceito, a recolha e a reciclagem de resíduos e matérias poluentes. A exposição é composta por uma obra única, abstrata, a fazer lembrar uma estrela do mar. As pequenas peças que a constituem são todas iguais, mas todas diferentes, até porque falamos de uma exposição modular, feita a partir de vários tipos de plástico reciclado:

Um conceito ambicioso que vai de encontro a um processo técnico muito exigente:

O ciclo nunca acaba, já que cada peça que constitui esta obra é também reciclável.

Para ver na galeria Miolo, em Ponta Delgada, até ao dia 14 de julho — data em que termina a 8.ª edição do Walk&Talk.