Antes de ser The Legendary Tigerman, Paulo Furtado já era um herói do rock n’roll. Em 1989, fundou uma das bandas mais influentes e provocatórias da cena portuguesa: Tédio Boys, quinteto que começou por lançar o caos em Coimbra, mas que acabaria por conquistar os Estados Unidos e, até, tocar na festa de aniversário de Joey Ramone (para mais detalhes ver documentário Filhos do Tédio). Tanto nos Tédio Boys como nas bandas que se seguiram, (Subway Riders e Wraygunn) os blues estiverem sempre no horizonte, mas foi com The Legendary Tigerman, primeiro como one-man-band, agora com formação alargada, que se assumiram como bússola, mesmo que às vezes o caminho que o leva até eles possa ser desviado.
O seu conhecimento (da técnica, da teoria, da história e, naturalmente, do amor pela música) permite-lhe isso e muito mais. Além da atividade intensa a fazer discos e tocar ao vivo, Paulo Furtado tem-se multiplicado em bandas sonoras para teatro (Nós Somos Os Rolling Stones, O Jogador) cinema (Fuligem, Organização do Espaço, Estrada de Palha) ou dança (muito recentemente, O Baile). È um dos músicos portugueses mais prolíficos e com agenda mais preenchida (em digressão com Jon Spencer durante este mês de Outubro) mas, mesmo assim, O Lendário Homem Tigre arranjou tempo e espaço para fazer Feira da Ladra na Antena 3 e partilhar a música de que gosta e em que acredita.
Nas suas palavras: “é um pretexto de procurar e encontrar musica, conversar sobre ela e sobre as histórias que se escondem por trás das canções e dos discos”.
Primeiro disco que compraste? Onde?
O primeiro, primeiro, assim, mesmo que se possa dizer que foi uma escolha pessoal, foi quando tinha uns 15 anos… Foi um disco dos Sonics, Boom, numa loja em Coimbra, a FUGA, que basicamente era a única que naquela altura tinha musica independente, rock´n´roll e de dança, era muito curioso.
Último disco que compraste? Onde?
Na Louie Louie, o último dos Alabama Shakes.
3 discos que levavas para uma linha deserta?
Johnny Cash – America recordings (o primeiro)
Los Zafiros – Bossa Cubana
Henry Mancini – Moon River
Música em formato físico ou digital?
Ambos. Vinil & spotify.
Qual o plano/conceito para o Feira da Ladra?
O conceito do Feira da Ladra é, a pretexto de procurar e encontrar música, conversar sobre ela e sobre as histórias que por vezes se escondem por trás das canções e dos discos com outras pessoas que vivam e amam tanto a música quanto eu. É simples! Pode ser música descoberta em vinil, em cd, no spotify… Vale tudo. ;)