Mauro Pinto expõe, pela primeira vez, em Évora, no Palácio Cadaval, de 19 de Setembro até 31 de Outubro de 2015. Sob o convite de Alexandra Cadaval, o fotógrafo moçambicano e intérprete do quotidiano expõe com a alma de quem nunca deixou Moçambique. A exposição “Dá Licença?” reúne doze retratos únicos, pessoais e intransmissíveis que refletem a singularidade de cada espaço fotografado no bairro de Mafalala, bairro mítico de Maputo e berço de poetas, desportistas e políticos.
A Vanessa Augusto falou com Mauro Pinto, artista da exposição, que nos abre agora a porta desta “Dá Licença”.
O artista nasceu em Maputo, Moçambique, onde vive e trabalha e desde 2000 que participa em Exposições Individuais e Colectivas e Festivais e Jornadas de Ar te em Moçambique, Angola, África do Sul, Brasil, Paraguai, França, Noruega, Ilha da Reunião e Portugal, onde foi galardoado com o Prémio BES Photo 2012. Intérprete do quotidiano, Mauro Pinto exalta a matriz moçambicana através de instantâneos da vida e dos modos de vida do seu país de origem e das suas gentes, seja no campo ou na cidade.
Nesta série “Dá licença”, que se mostra no Palácio Cadaval, em Évora, o artista perpetua a luz, a atmosfera e o estado de casas comuns do bairro da Mafalala. Ao entrar nas casas e captar as imagens que nos é dado ver na série “Dá Licença”, apesar da singularidade de cada uma, Mauro Pinto transmite-nos o todo que é característica desse bairro tradicional de acentuada matriz moçambicana, que se arrisca a perder a sua identidade secular com a chegada de novos habitantes e “invasão” de outras culturas. Como refere o escritor Mia Couto no seu texto de apresentação da exposição… “dizem que a Mafalala é um bairro nos subúrbios de Maputo. Mas esse bairro é Moçambique inteiro.”