Tu sempre me disseste que eram banda que seguias com atenção e eu também fiz por nunca os perder de vista. Portanto, Quim, puxemos dos galões que não existem para afirmar perante o mundo que, pessoal, nós já sabíamos que os Ermo tinham coisas para dizer, que sabiam como as dizer e que as diziam como mais ninguém — mas convém confessar que não estávamos sozinhos nessa constatação, longe disso.
Por isso, quando soubemos que havia sucessor para Vem Por Aqui, o álbum de estreia já velhinho de quatro anos, pusemo-nos logo no terreno. Ouvimos “Ctrl + c Ctrl + v” e a eletrónica a ganhar forma de canção e a expressividade da voz, sempre urgente, conquistou-nos à primeira audição — tratámos logo de fazer dela um dos discos solteiros que passamos em cada programa. Depois, entusiasmados que ficamos sempre com estes reencontros com bandas que nos fazem bem, passámos à fase seguinte. Venha daí Lo-Fi Moda, o álbum que António Costa e Bernardo Barbosa nos oferecem agora.
Cá os temos então. A eletrónica atenta ao presente, as letras a saírem à rua para falar do como funciona a nossa cabeça enfiada em ecrãs, os Ermo a darem a volta à sua música para serem eles mesmos e algo diferente. É para continuar a segui-los, não é, Quim?
Mário Lopes é jornalista e crítico musical no Público e fala com Quim Albergaria todas as semanas na Antena 3, em O Disco Disse.