Angel Olsen anunciou novo disco e, com ele, uma digressão europeia que passa por Lisboa, no Cineteatro Capitólio, nos dias 26 e 27 de Setembro. Os concertos têm o apoio da Antena 3.
É um daqueles casos de romance mútuo, entre público e artista. Lisboa tem sido pousio frequente para a vocalista, compositora e guitarrista que se transformou em nome maior na arte das canções dos nossos dias. Desde 2012 que Olsen tem oferecido um desfile exemplar de álbuns de cabeceira. Halfway Home ou Burn Your Fire for No Witness converteram-se em clássicos absolutos, enquanto os mais recentes All Mirrors, My Woman ou Aisles abriram trilho a outras expressões musicais. O enorme desafio de manter uma identidade, sem nela se tornar própria refém, tem sido o segredo dessa sensação de constante (re)descoberta que paira sobre Angel Olsen. Voltar a ela, disco após disco, ou concerto após concerto, é simultâneamente uma experiência familiar e ímpar.
A história da música popular ensinou-nos que é no plano das emoções mais complexas que nascem as canções mais brilhantes. Big Time chegará no dia 3 de junho com essa premissa. O luto inerente da perda dos pais, em fases distintas mas demasiado próximas e num momento de reconhecimento pessoal transformador, trouxeram à tona reflexões extremamente íntimas e igualmente grandiosas. Quis o destino que o refúgio necessário para esta tempestade emocional acontecesse no parque natural de Santa Monica, em Topanga Canyon, local mágico para a comunidade nativa que o apelidou de ponto de encontro entre o mar e as montanhas. Por extensão, poderia ser também um encontro entre passado e presente; ou, se assim quisermos, um renascimento pessoal de Angel Olsen. Descortinar luz entre nuvens tem sido um ato recorrente nas suas composições. Big Time assume-se como mais um bravo passo nessa direção de encontrar um novo corpo depois da metamorfose.
O Capitólio, em pleno centro de Lisboa, volta a receber Olsen debaixo do mesmo teto que em 2020 juntou a imensa comunidade que a segue por cá. Uma apresentação dupla num espaço histórico, para escutar, em primeira mão, o que aí vem.
Tomberlin, que acaba de lançar o álbum I Don’t Know Who Needs to Hear This, assegura a primeira parte dos concertos.