Narrado por Benedict Cumberbatch, Caminha Comigo é um trajeto cinematográfico pelo mundo da mindfulness — o exercício de focar a nossa atenção no momento presente — e do famoso Mestre Thích Nhất Hạnh, conhecido como “pai da mindfulness”, “o outro Dalai Lama” e “o zen master que enche estádios”. Filmado ao longo de três anos, com um acesso sem precedentes, o filme proporciona a descoberta rara de uma comunidade de pessoas que deixaram a sua família e prescindiram de todos os seus bens para se juntar a Thích Nhất Hạnh no mosteiro Plum Village, em França, e com ele praticar a arte da atenção plena.

“Há dez anos, o meu irmão mais velho rejeitou o seu dinheiro, o seu carro e a sua casa e foi ordenado como monge budista na tradição do zen master Thích Nhất Hạnh. Embora tenhamos conversado bastante sobre a ‘escolha’ dele, só tive oportunidade de conhecer pessoalmente a vida monástica quando um monge mais velho da comunidade me abordou propondo-me que fizesse um documentário da digressão de Thích Nhất Hạnh aos EUA e ao Canadá, em 2011. Eu lancei o desafio ao meu velho amigo e cineasta Marc J. Francis, e assim nasceu este filme, em que optámos por uma abordagem que classificámos como ‘experiencial’; um tipo de cinematografia e montagem que resultassem numa experiência íntima e imersiva. Tentámos criar um filme que permita ao público mergulhar na profunda poesia do momento presente; um sentimento tão fugidio na dura realidade do dia-a-dia.” — Max Pugh (realizador)

“Tradicionalmente, os filmes recorrem a uma mão-cheia de personagens com arcos narrativos claros, mas, para fazer este filme, tivemos de abandonar essas convenções e encontrar uma abordagem diferente que fizesse de toda a comunidade a personagem principal do filme. Passei muitas semanas nos mosteiros em França e nos Estados Unidos sem a minha câmara a praticar mindfulness e a apreender a sua forma de ver e estar no mundo. Quando introduzimos por fim as câmaras, já havia uma confiança e uma abertura que nos permitiram captar o nível de intimidade que procurávamos. A execução deste filme revelou-se, ela própria, um exercício de mindfulness em que tivemos de nos desligar do produto final. Em alguns dias, não filmávamos nada; noutros, conseguíamos registar cenas incríveis em que complementamos o estilo observacional das filmagens com planos cinematográficos que captam o mundo natural em que os nossos personagens se inscrevem.” — Marc J. Francis (realizador)