Centenas de milhares de gatos vagueiam livremente pelas ruas de Istambul. Há milhares de anos que entram e saem das vidas das pessoas, tendo-se tornado uma parte fundamental das comunidades que compõem a riqueza desta cidade. Sem qualquer dono, os habitantes de quatro patas da metrópole turca vivem entre dois mundos, sem serem selvagens nem domesticados, e trazem alegria e propósito às pessoas que escolhem adotar.

Gatos conta a história de sete deles — Sari, Bengü, Aslan Parçasi, Psikopat, Deniz, Gamsiz e Duman —, e os críticos e os gatos da internet estão de acordo: este documentário, um verdadeiro fenómeno mundial graças ao seu charme, encontra uma forma encantadora de chegar aos nossos corações, sendo impossível não nos apaixonarmos pelos pequenos felídeos de Istambul.

“Cresci em Istambul até aos 11 anos e estou convencida de que a minha infância teria sido infinitamente mais solitária se não por causa dos gatos. E eu não seria a pessoa que sou hoje. Todos os anos, quando regressava à cidade, via-a a mudar de uma forma que a tornava cada vez mais irreconhecível, tirando os gatos; eles eram o único elemento constante, tornando-se sinónimo da própria cidade e, em última instância, personificando a sua alma. Este filme é, em muitos aspetos, uma declaração de amor a esses gatos e à cidade, ambos a mudar de forma imprevisível. Eu pretendia mostrar Istambul além da visita turística e dos cabeçalhos dos jornais e queria explorar temas filosóficos que fizessem o público refletir sobre a nossa relação com os gatos, com a natureza e com os outros. Por fim, espero que este filme faça a audiência sentir que teve um gato enroscado no seu colo, ronronando intensamente durante um longo período de tempo, deixando que lhe façam festas suavemente. Com sorte, terão essa experiência com este filme e ficarão com vontade de fazer festas a um gato e de visitar Istambul.” — Ceyda Torun (realizadora)