Há Quem as Prefira de Véu (título original: Cherchez la Femme) é o lançamento de dezembro da Cinema BOLD. O filme chega às salas de cinema portuguesas no dia 28 com o apoio da Antena 3, ficando disponível em DVD e VOD a 4 de janeiro. Nesta quinta-feira, dia 21, às 21h30, acontece uma sessão especial de antestreia, de entrada livre, na Casa Independente, em Lisboa, com a presença da realizadora, Sou Abadi.
Armand (Félix Moati) e Leila (Camélia Jordana), alunos da prestigiada faculdade de ciências políticas parisiense Sciences Po são um jovem casal e estão a planear ir juntos para Nova Iorque fazer um estágio de final de curso nas Nações Unidas. Porém, quando regressa de uma temporada no Iémen, onde se tornou um fundamentalista islâmico, Mahmoud (William Lebghil), o irmão mais velho de Leila, opõe-se àquela relação e decide afastar Armand a todo o custo. De maneira a ver novamente Leila, que não pode sair do apartamento da família, a Armand só resta a opção de se disfarçar de mulher, cobrindo-se com uma burca e um véu. No dia seguinte, tocam à campainha em casa de Leila. À porta, está uma Xerazade de rosto coberto, e Mahmoud não fica insensível aos seus encantos…
Através do prisma da comédia e com a ajuda de um excelente elenco, Há Quem as Prefira de Véu aborda com subtileza e sensibilidade o tema do crescimento dos fundamentalismos, islâmico e não só, na sociedade francesa contemporânea.
“Travestir-se de modo a fugir ao perigo, a salvar a própria vida: é uma ideia que me agrada. Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder, é uma das minhas comédias preferidas. Mas para escrever o argumento também pensei em Cyrano de Bergerac: debaixo de um véu, confundido com uma mulher, Armand guia Mahmoud até à descoberta de certas verdades. Tal como Cyrano, que, na escuridão, finge ser Christian e consegue chegar ao coração de Roxanne. Enquanto escrevia, pensava constantemente nestes dois aspetos do tema, um mais cómico e o outro mais sério. Há Quem as Prefira de Véu é uma história de reconciliação. De quem é que eu estou a fazer pouco? De mim própria. E dos comunistas, dos feministas, dos iranianos, da elite inteletual e dos fundamentalistas. Na esperança de que, no fim, possamos rir todos juntos.” — Sou Abadi