De acordo com os dados do ICA, Sol Posto foi o filme mais visto em Portugal na semana em que se estreou em 77 salas de cinema de norte a sul do país e ilhas, entrando no top 10 dos filmes portugueses mais vistos em 2020. Um mês depois, a experiência visual e auditiva em 5.1 que as salas de cinema proporcionaram é complementada por uma vivência intimista, em duas versões acessíveis a partir de qualquer ponto do planeta: em streaming, numa sessão única às 22h do dia 22 de dezembro, e em video on demand, de 23 a 27 de dezembro.
O bilhete para a exibição única na plataforma Ticketline Live Stage custa €6,50; na opção VOD, o público tem cinco dias para alugar, por €5, no videoclube do seu operador de televisão.
Na banda sonora deste filme-concerto dos Capitão Fausto, ouvimos máquinas de construção civil num estaleiro que se revela afinal sala de concerto; o som do vento a sacudir as copas dos pinheiros mansos; testemunhas impassíveis de dias de preparativos; espectadores imóveis, silenciosos e figurantes omnipresentes do filme; e, claro, as canções, numa antologia discográfica cinematografada — pela lente de Ricardo Oliveira — de um dos mais estimulantes repertórios da música portuguesa contemporânea.
Sol Posto mostra uma banda que não procura o estado de graça nem se sente angustiada com o futuro. Está sobretudo em paz com o presente, com a sua primeira década de existência e com a sua obra.
Quando o tempo de tudo o que conhecemos está em suspenso, chega-nos serenidade e um convite à contemplação. Afinal, é possível sorrir ou mesmo ser positivo no meio da desordem, sem sentimento de culpa. E é permitido.
“Vimos passar 2020 com olhos atentos, focados, mas à distância. De dentro das nossas casas, imaginámos o que poderia ter acontecido e foi travado e, impotentes para resolver a fonte do impedimento, conformámo-nos com a espera. Os músicos continuaram a tocar música, e os espectadores continuaram a querer ouvi-la, mas deixaram de existir lugares para o fazer. Sol Posto é uma proposta. Se por um lado pretende evocar os mais verosímeis aspetos da experiência de um concerto, torna-se também numa oportunidade de quebrar a barreira física do tradicional palco/plateia. Pelas palavras do realizador: ‘que através da lente do cinema se permita aproximar o espetáculo do espectador, não só trazendo este para dentro do palco, mas colocando-o a uma distância que permita uma intimidade quase exagerada’. O filme traz-nos uma reflexão sobre a passagem do tempo e sobre a sua perceção e, assim como enfrentamos a ideia de um período de ponderação em vez de ação, e de suspensão em vez de concretização, acontece durante as horas de ‘sol posto’, palco do descanso, da reclusão, dos sonhos e dos planos, da escuridão, da espera e do desconhecido.” — Capitão Fausto