@Catarina Peixoto
No último dia de Vodafone Paredes de Coura encontrámos Lee Fields quando a chuva começava a dar tréguas. Dissemos-lhe que a chuva iria parar quando subisse ao palco e assim foi. O sol levantou-se para um concerto emotivo e emocionante de um músico histórico, com uma carreira cujo início remete para os anos ’60.
São muitos anos a espalhar soul e funk e chegou a Portugal com o álbum Sentimental Fool, editado no ano passado. Quisemos saber se “tolo sentimental” era um título que se lhe aplicasse, e ele explicou-nos que se aplica a muita gente, porque muita gente fez, pelo menos uma vez, tolices sentimentais.
A carreira de Fields é longa, e o músico não esquece o passado. Olha para ele, e aprende, mas acrescenta também o presente e o futuro na música que faz. Valoriza o passado, porque é o que diz o que foi bem e mal feito, e tenta melhorar. O objetivo, aliás, é melhorar sempre. Diz Lee Fields que o objetivo da humanidade é esse mesmo, melhorar sempre. É também esse o segredo para a manutenção de uma carreira tão longa, porque quanto melhor pessoa tu és, melhor é o resultado do teu trabalho.
Ouvimos aqui a conversa da Marta Rocha com um homem que diz que agora pensa duas vezes antes de fazer as coisas, porque não quer fazer coisas das quais se possa vir a arrepender no futuro. É também de futuro que é feito, e garante estar atento a tudo o que vai surgindo de música nova, sem perder a atenção ao que foi feito: de Miley Cyrus até Beethoven, passando pelo hip hop. Disse que esperava receber em Coura o amor que andava a receber em digressão, e assim foi.