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PROGRAMAÇÃO O QUE JÁ TOCOU
Imagem de Homem em Catarse
Oub'lá 5 abr, 2018, 13:21

Homem em Catarse

Imagem de Homem em Catarse
Oub'lá 5 abr, 2018, 13:21

Homem em Catarse

 

“As canções da Viagem Interior nascem daquilo que as várias localidades me iam dizendo”

 

Afonso Dorido é o Homem em Catarse, o criador de uma Viagem Interior em duplo sentido: a de uma viagem de apercebimentos e descobertas pessoais; e a de uma jornada pelo interior de Portugal, através de 17 canções.

As distintas geografias do país a servirem de inspiração para este Homem em Catarse que foi do Minho ao Algarve à descoberta dos sons que carregava em si e os envolveu nas planícies, nas terras, no património histórico e nas pessoas. Há quem tenha um fascínio especial por road movies (eu me confesso): ora este é um road record.

Esta viagem teve uma primeira paragem num lindíssimo trabalho físico – encontrem-no aqui – e agora faz mais paragens noutros apeadeiros que, em certo sentido, vão dar vida nova a estas canções. Afonso Dorido, o Homem em Catarse, tem o desejo de tocar cada uma destas canções nas terras que as sugeriram. No dia 13 de abril vai estar em Portalegre, no CAE; a 24 estará no Club Vila Real – para um concerto e mais um par de filmagens para um novo vídeo; dia 13 de maio toca em casa, em Barcelos (CCOB) e a 19 de Maio estará em Esposende.

 

O título deste disco, Viagem Interior, representa uma dupla jornada: tanto pelo interior de Portugal, como pelo teu interior. Foram essas duas motivações deste disco?

Exatamente, é essa dualidade da palavra interior que é tanto geográfica como emocional. Mais emocional do que propriamente física, do corpo humano. Eu acho que ninguém consegue diagnosticar, ou avaliar, o Interior de rajada. Nunca poderia ser uma viagem interior curtinha. É uma viagem longa, de degustação e não de injeção rápida. Demora o seu tempo e quer o seu tempo, como as viagem que nos propomos a fazer… uma viagem nunca é a fugir, mas sim atrás de algo que nunca encontramos. E é a experiência da viagem é que nos dá algo.

 

O que é que te puxou para o Interior?

Tenho que reconhecer que foi numa viagem a Évora em que fiquei impressionado com a cidade. Tenho viajado muito nos últimos tempos, mas, há quatro anos, eu não conhecia o Alentejo…

 

“Ninguém consegue diagnosticar, ou avaliar, o Interior de rajada. Nunca poderia ser uma viagem interior curtinha. É uma viagem longa, de degustação e não de injeção rápida. Demora o seu tempo e quer o seu tempo, como as viagem que nos propomos a fazer…”

 

És de onde?

Sou de Barcelos. E há cinco anos, quando comecei a fazer este álbum na minha cabeça, fiz essa primeira viagem, cheguei a Évora e fiquei impressionado. Évora foi a ignição. Eu era mais novo e olhava para as coisas um bocadinho mais depressa. Hoje, quando faço viagens, prefiro sempre ir pela estrada nacional, onde consigo absorver e sentir as coisas. Na auto-estrada as coisas simplesmente passam e o meu objetivo não é picar as coisas: é vivê-las.

 

E a febre do alcatrão e das autoestradas dos anos 1990 se calhar até fizeram com que tenhamos esqueçamos o Interior. É certo que ligou muitos pontos, muitas cidades, mas fez com que agora passemos por cima de muitos mais.

Por exemplo, Tomar. Que é uma cidade lindíssima e que simplesmente nos passa ao lado. Há muita discussão sobre o Norte e sobre o Sul, mas ninguém discute o Interior e o Litoral.

 

Esta viagem interior está muito associada, creio, a viagens de carro. Mas este disco foi apresentado numa viagem de comboio entre Lisboa e Sintra.

Ainda hoje vinha a pensar nisso. O comboio ainda tem um encanto especial. Tens a possibilidade de fazer mil e uma coisas enquanto vais a andar no comboio. Houve essa oportunidade de fazer a apresentação dessa forma, mas porque simboliza uma viagem – a introspecção. Muita gente faz a sua catarse nessas viagens. O disco está ligado a tudo que te leve a desligar, e por isso é que é preciso uma atenção específica. Por exemplo, num concerto que dei em Vila Pouca de Aguiar, uma senhora veio dizer-me que quando fazia viagens maiores ia a ouvir o meu disco (sorri). Não é um disco para se ouvir do trabalho para casa, mas deve ser a companhia para uma viagem maior, que convém deixar respirar para arrancar…

 

“Há muita discussão sobre o Norte e sobre o Sul, mas ninguém discute o Interior e o Litoral”

 

O disco é composto por 17 temas, cada um deles com nomes de terras de Portugal. E achei interessante o alinhamento, porque não seguiste nenhuma rota específica, nem de Norte para Sul nem de Sul para Norte. As boas viagens também se tornam melhores quando se fazem alguns desvios.

Exatamente.

 

Estamos a falar de canções chamadas “Tua”, “Portalegre”, “Vila Real”, “Évora”, “Covilhã”… são canções construídas em cada uma destas 17 terras?

Sim, ao início foi a casualidade de estar em Évora. E depois na Covilhã. A minha companheira voltou à Covilhã depois de ter estado lá há muitos anos, então senti muito a nostalgia dela. E a ideia começou a ganhar força. Então porque não ir conhecer desde lá e cima até ao Algarve? – não o “inglês”, mas aquele onde se respira.

 

“Prefiro sempre ir pela estrada nacional, onde consigo absorver e sentir as coisas. Na auto-estrada as coisas passam e o meu objetivo não é picar as coisas: é vivê-las”

 

Falas do tema “Alcoutim”, não é?

E “Monchique”, também. Apesar de estar a meio do álbum, é um tema de fim. A letra diz “já se vê o mar”. Todas as canções nascem daquilo que absorvi daquilo que as terras me iam dizendo. Por exemplo, na Guarda, lembro-me de ir a olhar a cidade pelo retrovisor do carro, lá no alto, e surgiu-me a frase “Em cada viagem há sempre algo de ti”. Fosse uma frase ou uma melodia: em Alcoutim também foi uma coisa assim muito imediata, um beat – que é um tema mais afro, até…

 

Até fruto das heranças culturais algarvias.

Sim, eu até costumo chamar-lhe – ao vivo – “Alcoutim Touareg”. E acho que consegue perceber-se, nesse tema, que estamos num país riquíssimo… Estamos em Rio de Onor, em Bragança, e estamos em Alcoutim, Algarve: é o mesmo povo, o mesmo país, mas com culturas tão diferentes, que dão uma diversidade muito grande. Mesmo o clima: sentes o quente de África no Sul e o frio do Mar do Norte ali na zona junto à Galiza. E a forma das pessoas falarem, é muito diferente. Do Porto para Bragança já é uma mudança gigante.

 

E este Viagem Interior é como o país? 

É sim. Tem temas instrumentais, tem temas de sete minutos, tem outro de um minuto (“Portas de Ródão”) que é um com um ukulele. Não são só montanhas nem são são só planícies. É um disco que não é uniforme, por isso é normal que a linguagem dos temas reflita a diversidade que encontrei.

 

“A única urgência que há é a das pessoas perceberem – como já li o Nuno Pacheco escrever no Público – que há um lado do país que às vezes se quer deixar na sombra e que não fazemos nada para abrir um feixe de luz”

 

O disco tem uma marca muito clara da importância que a geografia tem para ti na forma de construção de canções. Já era assim com o disco anterior, o Guarda Rios?

De facto, já no anterior havia um tema que se chamava “Teremos Sempre Paris”… (risos) Há muito tempo que me desliguei, mas quando era miúdo adorava Geografia. E hoje adoro viajar, adoro conhecer… quando era miúdo, lá na minha rua, provavelmente eu era o que sabia mais capitais! (risos) Acho que tornando-me num adulto e gostando de viajar, acho que o mote agora é  tentar ir a esses locais! A geografia sempre me fascinou, de facto.

 

Sendo este um disco chamado Viagem Interior, pode funcionar também como um desafio pessoal de expores o teu interior. Que sons foste à procura para espelhar melhor esse teu interior?

As pessoas que vão conhecendo o meu trabalho vão descobrindo o Afonso como guitarrista. Acima de tudo sou guitarrista – e é a coisa que mais gosto de fazer na vida, tocar guitarra. Mas também tenho a sorte de gostar de escrever e isso sempre me puxou para poder dizer coisas. No tema “Bragança” escrevi algo como: “aqui também é Portugal; os lobos de Rio de Onor não se ouvem em Lisboa” que acaba por ter alguma mensagem, aproveitando as coisas que escrevo para poder confrontar quem me ouve. Não é um disco de intervenção, mas de confrontação social.

 

Confesso que fiquei com muita vontade de pegar neste disco e viajar até cada um dos lugares que aqui aparecem. Também tens vontade de ir tocar o disco a cada uma destas cidades e fazer um outro tipo de viagem?

Sim, efetivar a viagem interior. Já tive a oportunidade de tocar em alguns destes locais, mas há um que tem-se tornado especial para mim: Tomar. Eu estive lá numa espécie de residência artística, a gravar um vídeo. A minha ideia sempre foi um bocado ir aos sítios: contar às pessoas aquilo que senti. Adoraria que houvesse alguém que se dispusesse a fazer a viagem, por estes locais, ao som do disco. Já houve quem me tenha dito que este Viagem Interior é mais do que um disco: é um documento!

 

Também imaginas este disco, como eu, de uma forma visual? Um disco-filme? Um documentário?

Sim! Uma curta, um showcase… A Música Portuguesa A Gostar Dela Própria está associada ao disco, pelo menos ao nível filosófico tenho esse apoio e há projetos de se fazer algo do género. Apesar de Portugal ser um país riquíssimo a nível de diversidade, são 17 locais… não é fácil. Mas gosto destas obras que se vão fazendo. Neste momento estou a tentar fazer uma das partes que é ir levar os temas a cada um destes locais. Mas este disco não é para ter pressa, só para ir picar. Há que dar-lhe tempo porque faz tanto sentido agora como fará sentido daqui a uns anos. A única urgência que há é a das pessoas perceberem – como já li o Nuno Pacheco escrever no Público – que há um lado do país que às vezes se quer deixar na sombra e que não fazemos nada para abrir um feixe de luz.

 

Entrevista: Bruno Martins

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