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PROGRAMAÇÃO O QUE JÁ TOCOU
Imagem de Noiserv
Oub'lá 9 nov, 2016, 08:00

Noiserv

Imagem de Noiserv
Oub'lá 9 nov, 2016, 08:00

Noiserv

Foto: Vera Marmelo

Noiserv: O homem dos 80 instrumentos sentou-se ao piano

David Santos começou do zero: pôs de lado a “orquestra quase invisível” e sentou-se ao piano para criar um novo disco. As circunstâncias e azares da vida – um pé partido – obrigaram-no a ficar longe do estúdio e dos seus instrumentos durante quase um mês. Foi nesse período de ‘recobro’ que começaram a crescer as primeiras canções de 00:00:00:00 – e na altura de tirar o gesso já estava demasiadamente dentro destas canções. Começa do zero, como os time-codes que dão título ao álbum, mas a ideia base é a mesma de sempre em Noiserv: a construção de melodias em camadas, através de loops, só que desta vez em vez de serem vários instrumentos tocados por um homem só, é um piano tocado várias vezes, com melodias a serem criadas umas por cima das outras, até criarem aquele universo de harmonia, delicadeza e sonho para onde nos leva sempre a música de Noiserv.

O novo disco é a figura central do concerto que acontece amanhã à noite no Teatro São Luiz, em Lisboa. 00:00:00:00 é a banda sonora de um filme que ainda não ganhou imagens, mas que é exibido no interior de cada um de nós. David conta-nos mais sobre estes desafios de andar sozinho à caça de borboletas, da eterna perfeição na música.

De onde vem a vontade de fazer um disco mais despido, só ao piano?

Acaba por não ser eu e um piano: é antes eu e vários pianos, porque as músicas têm várias linhas de piano sobrepostas. É como se, em vez de usar nos loops todos aqueles outros instrumentos dos outros discos, usasse só o piano. Às vezes não há uma motivação especial para fazer as coisas: eu já tenho um piano em minha casa há já algum tempo e já andava a registar ideias. Mas em fevereiro do ano passado tive o pé partido e isso obrigou-me a estar 20 dias em casa, com um gesso enorme. Na altura, tinha acabado de compor uma série de rascunhos para pensar no disco que se seguiria ao Almost Visible Orchestra. O meio daquela situação pensei: “por que não tento criar um desafio diferente? Em vez de ir à procura em 70 ou 80 instrumentos diferentes em cada música, por que não me tento restringir a um só instrumento?”

Teres perdido a mobilidade para fazer coisas simples, como levantares-te e ires buscar um instrumento, levou-te a uma maior entrega no piano?

De facto era quase impossível. Eu até estava em casa, longe do meu estúdio, onde só tinha um piano e uma guitarra. O facto de ter que estar sozinho em casa e “preso” pode ter tido alguma influência na melancolia que as músicas podem ter. Não creio que tenha sido a falta de mobilidade que condicionou o disco, mas pode ter sido o início da coisa.

Qual era a tua relação com o piano antes do disco?

Foi há uns três anos que comecei a ter aulas de piano e fui até ao quarto ano, mas os problemas de agenda com os outros discos e com os concertos, acabei por congelar as aulas. Mas fiquei sempre com a ideia de um dia fazer um disco de piano. É o instrumento que sempre achei o mais completo: num piano, em função da dinâmica ou da forma como tocas, uma mesma nota pode ter uma série de leituras diferentes.

 

 “O piano tem tanta delicadeza, tem um som que, a mim, enche tanto os ouvidos, que me fez sentido haver muitas músicas instrumentais para se poder aproveitar a tal delicadeza que estas músicas me parecem ter”

 

Essa sensibilidade do piano também ajudou, portanto, à delicadeza que se escuta no disco.

Sim, ao contrário de um sintetizador, que muitos nem têm sensibilidade ao toque e o som é só aquele – como uma soma de sons retilíneos – o piano não é assim. Fui à procura do melhor som de piano em cada loop, em cada camada. A minha procura pela perfeição nestas músicas vem desse toque no piano, enquanto noutros discos pode vir da complexidade que pode ter o processo de arranjo e montagem dos loops, das camadas.

Este é um disco que torna a tua música ainda mais delicada por culpa das teclas do piano. A delicadeza é uma busca recorrente na tua forma de criar?

Não sei se é uma busca. O que sei é que demoro muito tempo até conseguir que as músicas estejam terminadas e acabadas como eu quero – que me soem perfeitas. Se isso é delicadeza ou não, isso não sei. Mas acredito que há um momento em que as músicas me soam bem e outro momento em que não. Acho que é a procura por esse ponto que é a minha preocupação – mas isso também já era assim noutros discos e não muda por este ser com piano.

A figura de Noiserv tem-te ajudado em termos pessoais – a resolver dúvidas, inquietações, medos, ansiedades?

Sim, mais que não seja em termos de concretização pessoal. E isso é muito: tenho algo que fiz sozinho e de que me posso orgulhar. É a maior motivação que posso ter. Vai fazer 12 anos em julho que comecei esta aventura. Não é que seja um refúgio, mas, de certa forma, deixa-me dependente de mim próprio. Se isto não existisse, teria que ter outra coisa qualquer que me desse este nível de conforto pessoal.

Foste à procura de inspirações ou referências no piano? Algum compositor que te entusiasme particularmente?

Eu nunca fui muito de procurar referências ou de querer que os discos soem a isto ou àquilo. É como se tivesse uma coisa dentro dos meus ouvidos ou da minha cabeça e é naquele ponto que me soa bem. Não quer isso dizer que o soar bem vem de ter ouvido o disco x ou y. É claro que me identifico com o Yann Tiersen e com as bandas sonoras que ele vai fazendo, onde toca mais piano; ou com os discos do Bernardo Sassestti. Mas identifico-me por gostar! Quando faço as minhas coisas não sigo referências. O soar bem não significa para mim ser, necessariamente, parecido com alguém.

 

“Sei que demoro muito tempo até conseguir que as músicas estejam terminadas e acabadas como eu quero – que me soem perfeitas. Se isso é delicadeza ou não, isso não sei”

 

Neste disco usaste mais os dedos nas teclas do que as palavras para dizer o que te ia na alma.

Sim, é, sobretudo, uma série de músicas instrumentais, mas isso vem do conceito do disco: quando comecei a fazer as músicas, e a trabalhar no piano, pareceu-me rapidamente que poderia ser a banda sonora de um filme na cabeça da pessoa que está a ouvir. Parece que hoje em dia não há tempo para ouvir as músicas a não ser que tenham uma letra, ou que sejam cantadas; ou muito puxadas na masterização. Mas o piano tem tanta delicadeza, tem um som que, a mim, enche tanto os ouvidos, que me fez sentido haver muitas músicas instrumentais para se poder aproveitar a tal delicadeza que estas músicas me parecem ter.

E para um filme na nossa cabeça, um título que é um time-code: 00:00:00:00.

Isso é mesmo o início de um time-code. Como se, a partir de agora, o “filme” pudesse começar.

Também pode transmitir a ideia da origem das tuas composições? E simplicidade de te sentares ao piano em busca de acordes?

Há muitas músicas que continuam a nascer na guitarra – até porque foi o meu primeiro instrumento. Mas as coisas todas têm todas um começo e este disco representa esse começo, por sair daquela configuração dos 80 instrumentos, de ir para o piano e fazer isto pela primeira vez. É um começo, mas não quer dizer que seja só isto que vou fazer daqui para a frente.

Entrevista: Bruno Martins

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