Todos conhecemos os Daft Punk como robots, mas eles nem sempre usaram capacete. Isso só aconteceu com o segundo álbum, Discovery, editado em 2001. Antes disso, no álbum de estreia Homework, Thomas Bangalter e Guy Manuel de Homem Christo eram apenas dois franceses com 20 e poucos anos, mais interessados em explorar as potencialidades das máquinas e discos que tinham em casa, e em prestar homenagem a heróis do house de Chicago e Nova Iorque e do techno de Detroit, do que em desenvolver conceitos ou imagem.
Mas os Daft Punk foram dos principais agentes do french touch e isso colocou-os no epicentro das pistas de dança de todo o mundo. Em Discovery, como robots, os Daft Punk sentiram-se livres para evocar memórias de infância, um tempo em que, afirmaram, ouviam música de forma inocente e divertida. Isso explica os solos de guitarra, o abuso do vocoder, a repetição e até o cinema de animação japonês. Discovery tem algumas das canções pop mais viciantes deste século.
“One more time” é uma das canções emblema deste disco, que celebra 20 anos em 2021.