O segundo dia de Beat Fest começou esquisito, à falta de melhor palavra. Chuva, temperaturas abrasadoras e até um mini-tornado fez-se sentir na Comenda sem que isso fosse, no entanto, suficiente para ameaçar os planos de dar seguimento à festa rija do hip hop, à boa maneira alentejana.
TNT, Kappa Jotta, Slow J e DJ Kwan compuseram o alinhamento da noite que começou com o MC da margem sul do Tejo, acompanhado por uma banda de luxo, a trazer à Comenda um espectáculo maduro que obrigou o público a aconchegar-se em frente ao palco para começar a dar corpo à “sala” do Beat Fest, nas margens da Ribeira da Venda.
À 3 confessava, como Phoenix RDC ou outros o tinham feito já na primeira noite, que o primeiro pensamento foi de cepticismo em relação ao festival alentejano.
TNT à conversa no estúdio da 3
A julgar pela recepção do público, talvez tenha sido Kappa Jotta a trazer consigo os ventos do mini-tornado que se fez sentir da tarde de sábado. O espaço tornou-se curto para tanta gente a querer sentir a energia do MC que, no meio de fogos, colunas de fumo e “piscinas” por entre o público, não desilude na missão de confirmar as suspeitas de muitos: “o rap é o novo punk rock”.
Coube a Slow J fechar a noite de apresentações no Beat Fest. Chegou confiante e tranquilo, embora o calor que se fazia sentir, ameaçava, pudesse contribuir para o acentuar da “lentidão”. Das boas, claro. Na ressaca do “mosh pit”, Slow J trouxe todos os hits certos para deixar o público numa espécie de agressiva tranquilidade que só o músico de Setúbal sabe transmitir.
Kappa Jotta após a atuação no Beat Fest
O Beat Fest segue para o seu terceiro dia oficial: Mundo Segundo & Sam The Kid, Holly Hood, Dillaz, Eva Rap Diva e DJ Stereossauro compõem o cartaz do festival dedicado exclusivamente às rimas e às batidas. A 7 de agosto, a partir das 20h, o especial Beat Fest assinado por Bruno Martins e Rui Miguel Abreu ouve-se na 3.
Fotos: Paulo dos Passos