No dia 23 de outubro de 1995, os The Smashing Pumpkins lançaram Mellon Collie and the Infinite Sadness, um álbum duplo ambicioso que rapidamente se tornou num marco do rock alternativo dos anos 90.
Hoje celebra 30 anos e continua a ser visto com um dos maiores e mais significantes álbuns de rock da década de 90.
Com 28 faixas distribuídas em dois atos — Dawn to Dusk e Twilight to Starlight — o álbum é uma viagem sonora profunda por temas como amor, frustração (“Despite all my rage/ I’m still just a rat in a cage”), e uma forte sensação de nostalgia (“The youth is wasted on the young”), muitas vezes melancólica e triste. Musicalmente, é um verdadeiro caleidoscópio: do rock a baladas etéreas, do grunge a experimentações mais orquestrais. É considerado o auge criativo de Billy Corgan, vocalista, guitarrista e mente criativa por trás da banda.
Lançado numa época em que o grunge dominava e o cinismo era quase regra, Mellon Collie rompeu expectativas: estreou em #1 na Billboard 200, vendeu mais de 10 milhões de cópias só nos EUA, inclui alguns dos maiores êxitos da banda, como “1979”, “Tonight, Tonight”, “Bullet with Butterfly Wings” e “Zero” e continua a ser concebido como um dos grandes álbuns rock da década de 90. O álbum recebeu sete nomeações aos Grammys e venceu o de Melhor Performance de Hard Rock. O seu impacto visual também foi forte: videoclipes como o de “Tonight, Tonight” (inspirado no cinema mudo de Georges Méliès) ajudaram a cimentar a banda como referência estética da época.
Para os Smashing Pumpkins, foi simultaneamente o ponto mais alto e o início de uma viragem difícil. As tensões internas começaram a crescer. Jimmy Chamberlin, baterista, seria expulso temporariamente em 1996, após uma overdose fatal que vitimou o tecladista de apoio Jonathan Melvoin. A obsessão de Corgan pelo controlo absoluto nas gravações levou ao desgaste das relações com os restantes membros — em particular com D’arcy Wretzky e James Iha — e preparou o terreno para uma fase mais eletrónica e sombria nos discos seguintes.
O legado cultural do álbum, no entanto, é inegável. Trinta anos depois, Mellon Collie and the Infinite Sadness continua a ser celebrado como uma das mais ousadas e bem-sucedidas declarações artísticas do rock dos anos 90. A sua mistura de melancolia e explosão sonora influenciou bandas como Muse, Deftones, My Chemical Romance e até artistas mais recentes fora do rock.