Foto: Vera Marmelo
O que ele andou para aqui chegar
Quim, nem imaginas o que ele andou para aqui chegar. Começou há seis anos, quando nos apareceu lá dos confins do BandCamp uma colecção bonita de cinco canções, tudo folk rock sonhador de um bom rapaz de olhos postos no cosmos. Dizia a capa digital que se chamava Alek Rein, mas não demorou até lhe descobrirmos a careca cabeluda. Alexandre Rendeiro, era esse o nome do bom e muito talentoso rapaz. Alek Rein era o heterónimo, uma coisa à Fernando Pessoa – se o Pessoa usasse o poncho que o Stephen Stills vestiu em Woodstock para mostrar ao mundo os Crosby, Stills & Nash. Estávamos então em 2010.
E depois o Alexandre continuou a mostrar as canções do Alek em concertos a solo, em concertos com banda, em concertos com outra banda – tenho a certeza que viste alguns. E disco, quando chega? Perguntei-lhe em 2011, em 2012, em Março de 2013 e novamente em Agosto do mesmo ano, em 2014, em… (acho que já percebeste a ideia). Agora estamos em 2016 e o raio do disco chegou mesmo. Chama-se Mirror Lane. Seis anos andou Alek Rein para aqui chegar. Rocka a sério – ainda de olhos no cosmos, que essa é vista que nunca deixa de maravilhar e intrigar. Esperámos tanto que agora não há tempo a perder. Bora ouvir?
* Mário Lopes é jornalista e crítico musical no Público e fala com o Quim Albergaria todas as semanas na Antena 3, n’O Disco Disse.