Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
Antena 3 - RTP
  • Programas
  • Podcasts
  • Vídeos
  • Artigos
  • Agenda
  • O que já tocou
  • Programação
  • Aceder ao Instagram da Antena 3
  • Aceder ao YouTube da Antena 3
  • Aceder ao WhatsApp da Antena 3

_

_

NO AR
PROGRAMAÇÃO O QUE JÁ TOCOU
Imagem de White Haus
Oub'lá 7 nov, 2016, 08:00

White Haus

Imagem de White Haus
Oub'lá 7 nov, 2016, 08:00

White Haus

Foto: Luís Espinheira

“A música de dança também está ligada ao rock e ao punk”

 

João Vieira voltou, este ano, aos discos a solo. Esperou por setembro para editar um dos trabalhos que irá, certamente, figurar naquelas enumerações das listas dos melhores álbuns do ano. Desenhado e criado com uma mistura de intuição e razão, Modern Dancing é marca o regresso do alter-ego de Vieira, White Haus, às composições originais com álbum que abraça os múltiplos géneros musicais que são a referência pessoal e criativa do músico. E no dia 18 de novembro apresenta Modern Dancing ao vivo no Passos Manuel, no Porto.

Como é que este disco começa a ser pensado? Aproveitaste o ritmo que trazias do primeiro disco?

Foi feito em duas fases muito diferentes: primeiro os dois singles, “This Is Heaven” e “Greatest Hits”, que são duas canções muito complexas e demoraram muitos meses até ficarem fechadas. Mas foram o ponto de partida para o trabalho. A minha ideia inicial até foi ir para estúdio gravar um outro EP, porque achei que o primeiro EP tinha corrido muito bem e que o disco, The White Haus Album (2014), não tinha tudo o mesmo impacto. Quando resolvi ir para estúdio, fiquei com a certeza de que ia querer gravar em condições e fazer crescer um bocadinho até para escapar ao registo assumidamente lo-fi. Quis ir gravar com músicos e neste trabalhei com o André Simão, com a Graciela Coelho e com o Gil Costa. A verdade é que a escrever e percebi que estavam a sair muitos temas que eu achava que eram bons. Quando falei com o Zé Nando Pimenta, nos estúdios da Meifumado, ele disse-me que ia sair dali e que vinha para Lisboa, por isso, provavelmente, seria o último disco que gravaria naquele estúdio. Já que íamos estar lá a gravar a sério, então por que não fazer um álbum?

Se o primeiro disco trazia um registo mais lo-fi, Modern Dancing traz um disco maior, mais complexo em termos instrumentais e pensado de raiz para banda?

Quando fiz o primeiro disco nem sequer tinha banda e nem sabia qual o formato que ia utilizar ao vivo. Tive que me adaptar para tocar ao vivo. Agora já tenho uma banda mais consistente, com quem tenho ensaiado e tocado. Acho que já se conseguem notar diferenças e a primeira é que em termos de produção, sou hoje muito mais produtor. O The White Haus Album tinha sido uma experiência para deitar cá para fora todas as ideias que tinha e queria fazer, por isso nota-se uma espécie de inocência. Este já é um trabalho muito mais bem produzido.

Queres dar-nos exemplos práticos?

O tema “Greatest Hits” demorou quase um ano a ser feito. É uma música muito complexa em termos de pormenores, mas todos os sons são pensados e muito trabalhados. Por outro lado, deixei as coisas repousar durante muito tempo para poder voltar a elas com outra frescura. Ao mesmo tempo, também tenho temas feitos numa tarde de rajada e que funcionam de uma forma incrível. Fui à procura de um equilíbrio entre o lado mais cerebral, mas ao mesmo tempo espontâneo.

 

“Quando resolvi ir para estúdio, fiquei com a certeza de que ia querer gravar em condições e fazer crescer um bocadinho até para escapar ao registo assumidamente lo-fi. Quis ir gravar com músicos”

 

A diversidade denotada logo nos dois singles, “This is Heaven” e “Greatest Hits”, são também um espelho daquilo que és enquanto criador e artista?

Não. Eu tenho quase 20 anos de DJ e de muitas referências musicais. Desde os primórdios do electro, passando pelo hip hop dos dias de hoje até techno. São referências muito abrangentes e não gosto de me fechar num só género musical.

E sem soar a estranho.

Pois, acho que não. Até porque os instrumentistas aqui são os mesmos, a cabeça que pensa também é a mesma. As letras, que é uma coisa muito importante neste disco, são também mais cuidadas.

Em que sentido?

Quis que tivessem mais humor. O disco tem coisas muito engraçadas e divertidas, meio disparatadas, mas que também são o meu universo. Mais de metade do disco tem um lado cómico. Os temas “Work” e “City Girls” são feitas com drum machine e sintetizadores, num universo completamente maluco, que adoro explorar.

 

“Fui à procura de um equilíbrio entre o lado mais cerebral, mas ao mesmo tempo espontâneo”

 

No primeiro disco levaste-te um bocadinho mais a sério?

O primeiro disco foi feito durante o período mais negro da minha vida até hoje. Não sei se isso se refletiu no disco, mas até nas fotos apareço com uma t-shirt preta um fundo cinzento. O próprio vídeo do single “Far From Everything” é de alguma nostalgia. Aqui houve um clique qualquer na minha cabeça que me fez querer explorar o lado divertido da coisa. São fases que se passam na vida! Eu sou uma pessoa muito inconstante (ri-se).

A sétima arte também influencia o teu trabalho? Os vídeos que tens apresentado para White Haus parecem denotar isso.

Eu trabalho sempre com o [realizador] Vasco Mendes. Às vezes quando estou a criar as músicas e estou a imaginar um vídeo para aquela música. Sei que não tenho budget para todos, mas se pudesse fazia um vídeo para cada música. Também tenho alguma cultura cinematográfica, vi muitos filmes e tenho realizadores que me influenciam imenso – caso do Noah Baumbach e do Woody Allen, que são os meus realizadores favoritos de gerações diferentes, com muita coisa em comum, como o lado de comédia no dia a dia de coisas mundanas. E o disco também é muito sobre o mundano: sem grandes histórias em hotéis e viagens porque essa não é a minha vida. Filmes como Frances Ah, do Noah, ou Annie Hall – o meu filme favorito de sempre – têm o lado do humor, mas também um lado triste e sentimental de uma relação que acaba. Eu vivo muito essas coisas: já tenho alguma vivência e tive muitas experiências e às vezes é bom recordar e falar delas, não de uma forma nostálgica, mas com coisas que aconteceram ao longo da vida. Hoje a minha vida é simples demais e por isso tenho que ir buscar outros mundos.

Queres explicar-nos o título do disco? O que é Modern Dancing?

Há uma letra de uma música chamada “Fight Fear”, a penúltima do álbum, que tem essa frase. Eu faço as letras de uma forma muito descontraída: escrevo, canto, faço melodias, tudo quase em simultâneo. E “Modern Dancing” faz-me recordar as bandas de new wave dos anos 80, como os Talking Heads ou os B52. É um nome divertido, que liga à new wave e à eletrónica. Eu costumo dizer que é um disco moderno, para dançar.

 

“Hoje em dia, quando vou a um festival, já costumo ir mais ver coisas mais ligadas à eletrónica – acabei por perder o gosto pelas bandas de guitarra”

 

Acho que foi o James Murphy, dos LCD Soundsystem, que disse que todos os DJs deviam passar um período da vida a tocar com uma banda de punk. E o jornalista do Públio, João Bonifácio, numa crítica a um concerto teu na última edição do Bons Sons, escreveu que é normal que os quarentões que cresceram com o punk acabem por se apaixonar pela música de dança. Concordas com estas ideias?

Completamente. Apaixonei-me pela música de dança quando ainda estava nos meus “vintes”. Comecei pelo rock, pelo punk, o indie e alternativa. Nos finais da década de 1990, início do milénio, passei para a música de dança. Hoje em dia, quando vou a um festival, já costumo ir mais ver coisas mais ligadas à eletrónica – acabei por perder o gosto pelas bandas de guitarra. Não sei se acontece isso com mais gente, só que como vi durante anos e anos concertos de guitarras, parece-me um conceito já esgotado. Mas a música de dança também está ligada ao rock e ao punk: no caso do pós-punk, com os Gang of Four ou Clash, o universo da 99 Records, os ESG, o Arthur Russell, Talking Heads, Blondie… há uma ligação entre o punk e a música de dança, tudo misturado. Os LCD Soundsystem, a DFA que vai buscar todos esses elementos. Há música que é muito dançável e transmite emoções, mas sem ser com os refrões e letras.

No teu Facebook descreves White House com uma frase: “Starts with a beat, ends with a bang”.

Porque é assim que eu crio. Começo com um beat e, normalmente, crio uma linha de baixo por cima – ou sintetizador. As músicas quase todas começam com um beat. O “bang” simboliza o terminar de forma explosiva. As músicas, normalmente, têm um crescendo, a começar mais suave a explodir no fim. Vou viajando, tentando desconstruir as regras e deixar-me levar para outros sítios. Mas a acabar de forma estrondosa.

Entrevista: Bruno Martins

white-haus-modern-dancing-1024

Anterior Seguinte

Pode também gostar

Imagem de José Camilo

José Camilo

Imagem de Pega Monstro

Pega Monstro

Imagem de Stone Dead

Stone Dead

Imagem de Cave Story

Cave Story

Imagem de :Papercutz

:Papercutz

Imagem de MQNQ

MQNQ

Imagem de Minus & MRDolly

Minus & MRDolly

Imagem de Martha Batalha

Martha Batalha

Imagem de NBC

NBC

Imagem de Valas

Valas

PUB
Antena 3

Segue-nos nas redes sociais

Segue-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Instagram da Antena 3
  • Aceder ao YouTube da Antena 3
  • Aceder ao WhatsApp da Antena 3

Instala a aplicação RTP Play

  • Apple Store
  • Google Play
  •  Perfil da Rádio
  •  Contactos
  •  Frequências
  •  Programação
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS
    • DESPORTO
    • TELEVISÃO
    • RÁDIO
    • RTP ARQUIVOS
    • RTP Ensina
    • RTP PLAY
      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS
      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS
    • Provedora do Telespectador
    • Provedora do Ouvinte
    • ACESSIBILIDADES
    • Satélites
    • A EMPRESA
    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE
    • CONSELHO DE OPINIÃO
    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO
    • RGPD
      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025