Meses de confinamento, meses em isolamento: o mundo (ainda) em transformação. Passo a passo, os festivais de cinema regressam à sua base: às salas e ao público. O FID Marseille – Marseille International Film Festival – marcou esta reentrada dos festivais ao formato físico e a Teresa Vieira trouxe-nos algumas das obras documentais presentes na selecção do festival.
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Uma ilha – tal como um paraíso – pode assumir diversas formas. Em Bird Island, Maya Kosa e Sérgio da Costa apresentam-nos um local de isolamento e de recuperação: uma clínica veterinária ornitológica em Genebra. Neste centro, encontramos não só inúmeras aves selvagens no seu processo de cura, mas também indivíduos que cria(ra)m uma dinâmica particular de trabalho e de convivência. Aqui, junto ao aeroporto de Genebra, reina o silêncio e reina a tranquilidade. Um universo de paralelismos evidentes com o (novo) mundo, com a (nossa) sociedade, que nos desperta para a urgência de mais paraísos para uma reflexão e para a transformação da (por vezes fulminante e fatal) realidade.
Bird Island (2019) já percorreu o mundo de festivais de cinema – incluindo Locarno, San Sebastian e Roterdão – e regressa agora às salas (e para o público) enquanto uma das “pérolas” da selecção da 31ª edição do FID Marseille.
Entrevista: Teresa Vieira