Quando trabalhamos com inteligência artificial julgamo-nos os maiores. Estudo publicado no Computers in Human Behaviour revela que, quando interagimos com sistemas de IA como o ChatGPT, sobrestimamos as nossas capacidades e também as da IA.
Segundo os cientistas, o habitual efeito Dunning Kruger, que acontece quando pessoas com poucas capacidades acreditam que têm bom desempenho, desaparece, e de algum modo ocorre uma inversão que faz com que sejam as pessoas com maior literacia informática a ficar ainda mais confiantes quando usam o ChatGPT. O estudo mostrou que a maioria das pessoas com conhecimentos informáticos só dá prompts (instruções) uma vez, mas confia nas respostas do ChatGPT sem fazer verificação da informação. Além disso, foi possível perceber que as ferramentas de inteligência artificial falham quando se trata de ajudar os utilizadores a detectar e aprender com os erros. Os autores admitem que esperavam que as pessoas com mais conhecimentos informáticos tivessem mais sentido crítico em relação à inteligência artificial, mas, claramente, não é o que acontece. Alertam para o facto desta conclusão confirmar que confiar cegamente na inteligência artificial põe em risco a capacidade das pessoas procurarem informação credível e também as suas capacidades laborais. Precisamos de criar plataformas de Inteligência Artificial que encorajem o nosso processo de reflexão, afirmam os cientistas.