“Virgin”, o novo álbum de Lorde lançado a 27 de junho de 2025, representa a obra mais visceral da cantora neozelandesa até à data e está em destaque no Disco da Semana, na Antena 3, de segunda a domingo (11h20, 17h20).
“Virgin” mergulha numa exploração frontal da sexualidade, identidade de género e corporeidade. Produzido por Jim‑E Stack e Dan Nigro, e com contribuições de Dev Hynes, Buddy Ross, Fabiana Palladino e Justin Vernon (Bon Iver), o disco alterna entre uma electrónica crua, sintetizadores industriais e momentos de minimalismo melódico.
Musicalmente, os singles “What Was That” evocam o synth‑pop hipnótico à la Melodrama, e “Man of the Year” continua a explorar a identidade de género, com um vídeo que enfatiza o corpo e a sexualidade líquida.
As letras são profundamente autobiográficas, revelando experiências como um distúrbio alimentar em “Broken Glass”; um teste de gravidez em “Clearblue”; e reflexões sobre aprovação materna em “Favourite Daughter”, que fortaleceu a relação com a mãe.
Criticamente, Virgin é visto como um regresso ao pop físico e emocional de Melodrama, com texturas minimalistas e momentos de “horror corporal” e linguagem visceral. Tem 11 faixas, dura cerca de 35 minutos e foi gravado em estúdios como o Electric Lady em Nova Iorque.
O título Virgin remete à inocência exploratória, mais do que à pureza sexual; inspira-se na fluidez de gênero e em mitos antigos (Diana, Ísis), refletindo a ideia de independência feminina. A capa, um raio‑X da pélvis com DIU, reforça a transparência corporal e simboliza agência corporal e uma estética pós-clínica que reforça a reinvenção física e emocional da artista.