Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
Antena 3
  • Programas
  • Podcasts
  • Vídeos
  • Artigos
  • Agenda
  • O que já tocou
  • Programação
  • Aceder ao Instagram da Antena 3
  • Aceder ao YouTube da Antena 3
  • Aceder ao WhatsApp da Antena 3

_

_

NO AR
PROGRAMAÇÃO O QUE JÁ TOCOU
Imagem de Memória de Peixe
Oub'lá 21 nov, 2016, 08:00

Memória de Peixe

Imagem de Memória de Peixe
Oub'lá 21 nov, 2016, 08:00

Memória de Peixe

“Quisemos tentar matar o loop!”

 

Diz uma espécie de adágio popular que a memória de peixe tem a duração de três segundos. Foi a pensar nessa curta duração que, em 2011, Miguel Nicolau se aventurou a fazer músicas a partir de loops de guitarra – “olha um loop de guitarra/olha um loop de guitarra/olha um loop de guitarra” e por aí fora. O primeiro disco dos Memória de Peixe, homónimo, gravado então com Nuno Oliveira na bateria, tinha por base a composição de melodias mais próximas do universo pop, rock, às vezes com paisagens mais funky.

Passaram quatro anos desde o lançamento do disco de estreia: Miguel Nicolau trabalha hoje com outro baterista, Marco Franco (Mikado Lab) e deve ter posto o seu peixe a tomar muito magnésio. A memória do seu peixe é hoje muito maior e já não são só os loops a fazer andar as composições que pertencem a um género mais próximo do jazz-rock, bastante mais ousadas e desafiadoras. O peixe também ganhou um nome: o do segundo disco chama-se Himiko e vive numa nuvem – a Himiko Cloud, que pode ser também uma protogaláxia, como há-de explicar o guitarrista.

É com um enredo muito bem trabalhado, hiper criativo, orgulhosamente nerd, que cresce o segundo disco de Memória de Peixe. Miguel Nicolau e Marco Franco revelam-se dois virtuosos nos respetivos instrumentos, que acabam por criar, juntos, um conceito mágico, fantasista e científico à volta do álbum, à volta desta figura de Himiko. A juntar a isso, um trabalho gráfico extraordinário e uma imagem visual que começa no momento em que pegamos na capa do disco de vinil e que se prolonga para o lado dos videoclipes.

O primeiro disco de Memória de Peixe foi editado há cerca de quatro anos. O que é que fizeste durante esse período até chegares a este Himiko Cloud?

Isto é o resultado de muita coisa, inclusivamente da mudança de formação da banda, ali por volta de 2014. Foi nessa altura que entrou o Marco Franco para o projeto e o Nuno Oliveira acabou por seguir outro caminho. Depois foi outro trabalho que se seguiu a partir daí: querer fazer algo específico e novo com o Marco obrigou-nos a recomeçar o projeto e repensá-lo. Também já havia uma necessidade crescente de tentar fugir àquela prisão do loop e tentar transformar isso num projeto misto, que conseguisse ir piscar o olho a coisas mais orgânicas, abrir o espetro à variedade musical e sónica.

Quando é que percebeste que a ideia dos loops de guitarra era uma prisão?

Logo no início! (risos) Foi uma grande surpresa: o processo não é propriamente intuitivo e fácil, sobretudo na sala de ensaios. Às vezes estamos à espera que saia uma ideia, mas a batalhar numa ideia loopada, a unir bocadinhos para conseguir fazer uma canção. E quando fazes outro loop, tens que unir uma parte à outra e isso pode implicar muito trabalho. Enquanto isso acontece, tens o baterista a olhar para ti…

 

“Tentámos puxar por nós, enquanto músicos, para encaixar loops dentro de uma canção, ter uma parte mais humana a tocar”

 

Mas neste disco, o conceito dos loops não foi posto de lado: foi aperfeiçoado?

Sim, creio que houve outras referências, outros universos, que fomos explorar. A título de curiosidade: há uma música do Steve Reich com o Pat Metheny, num álbum chamado Electric Counterpoint, em que o Steve Reich explora um loop do Pat Metheny captando notas individuais para construir a música. É outra forma de aproveitar o loop e inspirámo-nos nessa técnica para construir “Tragic Sands”. Havia uma necessidade crescente de tornar mais orgânica a música de Memória de Peixe: em vez de termos as lutas nos ensaios a tentar fazer sair alguma coisa, tentámos puxar por nós, enquanto músicos, para encaixar loops dentro de uma canção, ter uma parte mais humana a tocar. Acabou por confundir-se tudo e pelo meio começámos a inventar histórias para as canções.

Este Himiko Cloud está mais próximo de um universo do jazz experimental. Não sei se há quatro anos já tinhas a ideia de fazer um disco assim. Se tinhas, conseguiste atingir esse objetivo neste trabalho.

Obrigado! Tinha este objetivo, mas não da mesma forma. Acabei por pesquisar e o Marco Franco também me ajudou muito. No projeto dele, em Mikado Lab, já explorava outras sonoridades. Mas Memória de Peixe, ao vivo, já tinha muito esta vertente do jazz-rock, ainda com o Nuno Oliveira. Só não estava consolidado em disco porque o desafio era outro: vamos fazer canções, limitá-las a três minutos e construir uma espécie de produto pop. Aqui foi exatamente o contrário: quisemos tentar matar o loop (risos)! E o terceiro disco ainda irá ser, provavelmente, outra coisa! O que o projeto Memória de Peixe traz é essa versatilidade estilística de não nos prender a nada.

 

“No sentido mais geek, a Himiko Cloud é uma protogaláxia de informação e por ser um sítio muito primitivo, achámos que podia ser um bom sítio para unificar todas estas histórias”

 

Conta-nos de onde vem o enredo das histórias de super-heróis, dos cometas, dos dragões…

(risos).

Estás-te a rir! Mas explica-nos esse fascínio pelos videojogos, pela banda desenhada. Pela cultura pop.

Já vem de há muito. Desde as séries do Carl Sagan, o Cosmos, ou outras séries sobre o espaço. Somos os dois muito interessados por ficção científica e estávamos atentos ao que se andava a fazer no CERN – Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear – onde se estava a trabalhar no acelerador de partículas. As histórias das músicas começaram a ser quase todas sobre coisas específicas, descobertas novas. E uma vez estávamos no aeroporto e vimos uma equipa de equitação na área de fumadores. O Marco, como não gosta nada de aviões, disse que o que era bom era meter um cavalo à frente do avião e nem sequer ir! A coisa começou a descambar para uma história completamente fantástica de cavalos que já voavam e que nos transportavam para um outro mundo fantástico. Acabámos por construir estas histórias sempre unidas por um elemento que as ligava: o peixe voador.

O Himiko.

Sim. A “cloud”, a nuvem, é o refúgio dele. No sentido mais geek, há um outro significado: a Himiko Cloud é uma protogaláxia de informação e por ser um sítio muito primitivo, achámos que podia ser um bom sítio para unificar todas estas pequenas histórias. Himiko também está associado a uma rainha xamânica do Japão.

O lado visual do disco e os vídeos, também têm um papel muito importante nessa unificação.

Foi quando percebemos que valia a pena pensar nisto mais a sério. Eu não conhecia pessoalmente o Andy Singleton, mas mandei-lhe um email e perguntei se gostava de colaborar connosco! O Carlos Gaspar também foi uma das outras almas bondosas e supertalentosas que aceitou criar um mapa gráfico para estas canções. Como já havia as histórias criadas foi fácil fazer as músicas.

 

“O que o projeto Memória de Peixe traz é essa versatilidade estilística de não nos prender a nada”

 

Tinham um guião para cada canção?

Sim. E isso ajuda imenso a visualizar o ambiente dos temas. Por exemplo, a “Midnight Hero” é a história de um rapaz que tem superpoderes, mas que ainda não sabe – inspirado num filme do Chan-wook Park, o Thirst, sobre um padre vampiro que anda nos telhados da cidade. Foi esse drive dos saltos pela cidade que deu o mote à música. Depois é tudo passível de ter uma diferente interpretação, mas, por exemplo, a música “Arcadia Garden” já tinha os momentos de “continue” e “game over” mesmo ainda antes de ser realizado o vídeo! Digamos que foi um desejo de tornar um trabalho mais específico, mais conceptual – mesmo que não seja um disco conceptual…

Mas não deixa de haver um conceito à volta do disco. Ao criarem a nuvem do Himiko acabam por criar esse conceito.

Concordo contigo! Sei que é um disco específico e diferente. Mas é também uma peça especial. As pessoas podem estar habituadas a que as bandas não façam segundos discos tão diferentes. Pelo menos, para nós, foi uma ótima experiência.

Entrevista: Bruno Martins

memoria

Anterior Seguinte

Pode também gostar

Imagem de Primeira Dama

Primeira Dama

Imagem de Capitão Fausto

Capitão Fausto

Imagem de Saturnia

Saturnia

Imagem de PZ

PZ

Imagem de Jens Lekman

Jens Lekman

Imagem de Sensei D.

Sensei D.

Imagem de Linda Martini

Linda Martini

Imagem de Valter Hugo Mãe

Valter Hugo Mãe

Imagem de You Can’t Win, Charlie Brown

You Can’t Win, Charlie Brown

Imagem de Loyle Carner

Loyle Carner

PUB
Antena 3

Segue-nos nas redes sociais

Segue-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Instagram da Antena 3
  • Aceder ao YouTube da Antena 3
  • Aceder ao WhatsApp da Antena 3

Instala a aplicação RTP Play

  • Apple Store
  • Google Play
  •  Perfil da Rádio
  •  Contactos
  •  Frequências
  •  Programação
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS
    • DESPORTO
    • TELEVISÃO
    • RÁDIO
    • RTP ARQUIVOS
    • RTP Ensina
    • RTP PLAY
      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS
      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS
    • Provedora do Telespectador
    • Provedora do Ouvinte
    • ACESSIBILIDADES
    • Satélites
    • A EMPRESA
    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE
    • CONSELHO DE OPINIÃO
    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO
    • RGPD
      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025