Um disco só é um disco quando é ouvido. Mário Lopes e Quim Albergaria, de segunda para terça-feira, à meia-noite, dedicam duas horas a escutar um disco inteiro, com tudo o que a rodela tiver a dizer. Recuperamos 5 episódios de O Disco Disse, que destacam alguns dos trabalhos que merecem estar na nossa prateleira musical.
Julia Holter – Have You In My Wilderness
A ocasião era solene, não só porque recebíamos em casa o primeiro convidado d’O Disco Disse, mas porque iríamos ouvir um disco inspirador da igualmente inspiradora Julia Holter. Partilhámos histórias com o Sérgio Hydalgo e ouvimos as histórias que ele, enquanto programador da Galeria Zé dos Bois, partilhou com a Julia Holter. Deliciámos-nos com a conversa e com Have You In My Wilderness.
Glockenwise – Heat
E chegou então o dia em que a internet veio até nós. Ou seja, recebemos Nuno Dias, promotor da distribuidora Popstock, co-autor com Fernando Alvim e Pedro Paulos do podcast “Obrigado, Internet”. Não foi nessa condição que esteve connosco. O Nuno esteve com os Glockenwise, garbosos heróis de Barcelos, desde o início, dos primeiros acordes rock’n’roll até ao portento rock’n’roll que é o último Heat. Ouvimos, contextualizámos, dançámos quando ninguém estava a ver. Uma maravilha.
Kendrick Lamar – To Pimp a Butterfly
Kendrick Lamar é um dos grandes. Dizemo-lo enquanto ele continua a crescer. Sem vergonha nem receio. Basta ouvir o disco para o perceber. Por amor de tudo ouçam-no aqui, intervalado por comentários de dois tipos atordoados com a grandeza de alguém que rima o que vê sobre o que ouve. Ouçam-no.
Ty Segall – Emotional Mugger
De Orange County a São Francisco é mais coisa, menos coisa, a mesma distância da Ericeira a Lisboa. Nesta medida foi óbvia a escolha do carismático crítico Miguel Arsénio para se juntar a nós para ouvir o que o último disco do Príncipe do Fuzz, Ty Segall. O resultado é um episódio que sabe a pouco e um disco que soa a muito.
Controlo. Descontrolo. Controlo. Descontrolo. Toda a música das Savages é sobre este binómio. Que outra banda testa um disco ao vivo 9 datas seguidas para perceber qual a melhor sequência de canções para nos fazer sentir livres? O Rock and Roll não morre, adora a vida (mesmo sendo um pouco control freak).
Textos: Mário Lopes e Joaquim Albergaria