O Festival de Cannes 2025 entra na reta final com as apostas para a Palma de Ouro ainda em aberto. São 22 filmes em competição, avaliados por um júri internacional liderado pela atriz Juliette Binoche. Mas um título destaca-se entre os favoritos desde os primeiros dias: “Sirat”, do espanhol Oliver Laxe, uma odisseia espiritual passada nos desertos de Marrocos.
“Sirat” é o primeiro filme de Laxe na competição principal, depois de três passagens premiadas por outras secções do festival. Descrito pelo realizador como uma fusão mística entre Dune 3 e Mad Max, o filme acompanha um pai à procura da filha desaparecida. A crítica tem sido unânime em reconhecer a força sensorial da obra, com referências ao universo das free parties e uma atmosfera pré-apocalíptica.
Outros nomes também surgem no topo das listas: “It Was Just an Accident”, de Jafar Panahi, marca o regresso físico do realizador iraniano ao festival depois de décadas de proibição no seu país. “Sentimental Value”, de Joachim Trier, recebeu uma ovação de 15 minutos e é outro sério candidato. A lista de destaques inclui ainda “Two Prosecutors”, de Sergei Loznitsa, e “Sound of Falling”, de Mascha Schilinski.
A diversidade da competição é notável: há oito filmes com produção ou coprodução francesa e seis dos Estados Unidos. O Brasil também está representado, com “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, que revisita os anos 70 da ditadura brasileira através da história de Marcelo, interpretado por Wagner Moura.
A Palma de Ouro será anunciada nos próximos dias, num festival que continua a ser palco de cinema com ambição artística, política e emocional.