Vêm aí grandes mudanças para Coimbra e para o rock. O Rocketmen, festival que se realiza de 31 de julho a 2 de agosto com o apoio da Antena 3, deixa as margens e ruma ao coração da cidade, devolvendo-lhe uma centralidade cultural digna do seu passado e à altura do seu futuro.
Com a coorganização da Câmara Municipal de Coimbra, o evento assume-se agora como uma grandiosa celebração pública, de entrada gratuita (quem comprou bilhete para a edição de 2025 será ressarcido, podendo fazer o pedido junto da organização a partir de 23 de junho), repartida entre dois dos espaços mais icónicos da cidade: o Jardim da Sereia — verdadeiro ex-libris natural e patrimonial de Coimbra — e a vibrante Praça da República. Esta mudança estratégica transforma um evento de bilheteira num acontecimento cultural acessível a todos.
No alinhamento das bandas para 2025, contam-se alguns dos nomes mais emblemáticos da cena rock, tanto a nível nacional como internacional:
Com quase dez anos de carreira a solo, depois de ter integrado os Sloppy Joe, os Bombazines ou os Funkalicious, Marta Ren mistura sonoridades que vão do funk ao reggae, ao ska e dub, passando pela soul. A cantora portuense tem feito parcerias com vários artistas nacionais.
Natural de Los Angeles, a californiana Kate Clover, que lançou, em 2024, o álbum The Apocalypse Dream, sempre se inspirou na cidade que a viu nascer. Tendo como influências Patti Smith e Iggy Pop, Kate Clover é vista como a nova Debbie Harry.
De África, chegam as percussões de Arsenal Mikebe feat. HHY. Trata-se de um trio oriundo do Uganda que junta as batidas com vozes soul e trance. Arsenal Mikebe foi fundado por Jonathan Uliel Saldanha (HHY, um francês radicado no Porto) e é composto pelos percussionistas Ssentongo Moses, Dratele Epiphany e Luyambi Vincent de Paul.
Landrose é um projeto de autor assinado pelo belga David Temprano. Com a bateria como elemento central (David é baterista da banda belga CERE), Landrose mistura sonoridades que vão do punk à eletrónica. O primeiro trabalho do projeto, Saveur Pey, viu a luz do dia em março de 2024.
Os brasileiros Asfixia Social lançaram, em 2024, o seu primeiro álbum maioritariamente em inglês e têm sido presença habitual em festivais europeus. Para 2025, já têm confirmada a presença no Rebellion Festival, em Blackpool, no Reino Unido.
Taxi, banda histórica formada no Porto em 1981 e que alcançou o sucesso no início da década de 1980 com “Cairo”. Entre os maiores êxitos do grupo, estão “Chiclete”, “Fio da Navalha”, “Rosete” e “TV WC”. Os Táxi começaram, no final de 2024, as comemorações dos 45 anos de carreira, que se irão prolongar até ao final de 2026.
Vindos da vizinha Espanha, os Biznaga já têm um lugar consolidado no punk espanhol, estando a dar cartas fora do país. Com onze anos de existência e cinco álbuns editados, o quarteto madrileno traz a Coimbra o disco ¡Ahora!, lançado em outubro de 2024.
Os históricos 999 chegam a Coimbra a pouco tempo de comemorarem meio século de existência. Formados em Londres em 1976 pelos então colegas de escola Nick Cash e Guy Days (aos quais se juntaram Jon Watson e Pablo Labritain), a banda tem mais de duas dezenas de trabalhos editados, o último Death in Soho, em 2007.
Mão Morta é uma banda que quase dispensa apresentações. O conjunto de Braga, que comemorou 40 anos em 2024, traz a Coimbra alguns dos temas mais marcantes das últimas quatro décadas da música portuguesa, na voz de Adolfo Luxúria Canibal. A banda lançou o álbum Viva la Muerte no dia 17 de janeiro deste ano.
The Darts, banda formada só por mulheres oriunda de Phoenix, Arizona. O grupo nasceu com o objetivo de fazer garage rock, conhecer o mundo e ter festas todas as noites. Formou-se em 2016 e está, desde 2018, envolvida com a editora Alternative Tentacles, de Jello Biafra. Boomerang, lançado em 2024, é o último trabalho das Darts.
The Boys, frequentemente descritos como os “Beatles do punk” devido às suas melodias cativantes e harmonias refinadas, formaram-se em Londres em 1976, no epicentro da explosão punk britânica, ao lado de nomes como Sex Pistols, The Clash e The Damned. O álbum de estreia homónimo, lançado em 1977, foi um marco na carreira da banda, recebendo elogios da crítica e consolidando-os como uma das principais atrações do movimento punk britânico.
Bad Nerves, banda britânica originária de Essex, está a conquistar rapidamente o cenário internacional com o seu estilo enérgico e direto, que mistura o espírito irreverente dos Ramones com a modernidade dos The Strokes. A banda é conhecida por suas músicas pop ferozmente rápidas e distorcidas, criando um som explosivo e fiel às raízes do rock. Além do Rocketmen, os Bad Nerves atuam também no NOS Alive 2025.
Hassan K. é um artista franco-iraniano que se destaca como uma das vozes mais inovadoras e espirituais da cena experimental contemporânea. Radicado em Lille, França, Hassan K. funde com mestria o misticismo persa com tecnologias digitais, criando uma sonoridade única que atravessa fronteiras culturais e sonoras. Hassan K. utiliza instrumentos tradicionais iranianos, como o setar elétrico e o santoor robotizado, combinados com sintetizadores e controladores digitais, para criar composições que mesclam rock, música electrónica e influências orientais.
Os Heavy Lungs são uma banda formada em Bristol em 2017. Assente no pós-punk, é uma banda que tem uma grande identificação com os Idles (da mesma cidade), tendo dedicado a canção “Blood Brother” ao seu vocalista. Da parte dos Idles, chegou-nos o tema “Danny Nedelko”, nome do vocalista dos Heavy Lungs. O quarteto lançou, em 2023, o seu priméiro álbum de estúdio, intitulado All Gas No Brakes. A estreia em Portugal aconteceu no final de 2024, com concertos no Porto e em Lisboa.
Dr Sure’s Unusual Practice, banda experimental de pós-punk e art rock originária de Melbourne, Austrália. Liderada por Dougal Shaw, a banda começou como um projeto solo em 2018 e rapidamente evoluiu para uma formação coletiva, que inclui Jake Suriano, Miranda Holt, Tali Harding-Hone, Mathias Dowle, Jack McCullagh, Alannah Sawyer e Stu Paterson. O som é caracterizado por uma fusão de influências que vão desde o krautrock e new wave até o trip hop e punk experimental.
Com uma energia contagiante, os lisboetas MAQUINA. são uma das boas novidades da música portuguesa. Com o primeiro trabalho, Dirty Tracks for Clubbing, lançado em janeiro de 2023, a banda de Halison Peres, Tomás Brito e João tem dado cartas a nível nacional e internacional. Em 2024 lançou o segundo álbum, Prata, com uma sonoridade a alternar entre o eletrónico, o punk e o psicadélico.